Lubango cria uniformes para identificar fiscais

Lubango cria uniformes para identificar fiscais

POR: João Katombela, na Huíla

Os habitantes do município do Lubango passarão a exercer maior controlo sobre as acções dos fiscais e contarão com um método de denúncia mais eficaz, com a implementação de novos uniformes, anunciou, na Terça-feira, Armando Vieira. O administrador municipal disse, à saída da audiência que concedeu a vendedeiras ambulantes, que os uniformes serão codificados através de números fixados em locais de fácil visualização. Segundo o gestor público, com a mudança de uniformes pretende-se fazer com que haja facilidade na denúncia dos fiscais que durante o exercício das suas funções excedam os limites impostos pelas normas vigentes.

“Tomamos conhecimento de que muitos fiscais têm exagerado na sua actuação e outros há que se apropriam dos bens apreendidos. Para acabar com esta prática, vamos distribuir uniformes bem enumerados para que o lesado ou qualquer pessoa que queira denunciar tais práticas possa facilmente identificar o agente infractor”, explicou. Por outro lado, Armando Vieira lamentou o comportamento de alguns vendedores na reacção às acções da fiscalização, tendo revelado que na última Sexta-feira um agente foi gravemente ferido. “Temos um fiscal que foi atacado pelos vendedores ambulantes e está em tratamento médico”, disse. No entanto, para os vendedores ambulantes o encontro foi menos produtivo, por considerarem que a Administração Municipal do Lubango não satisfez as suas expectativas.

As esperanças caíram em “saco roto”, pois o administrador do Lubango reiterou que o seu elenco vai continuar a combater a venda ambulante no casco urbano da cidade. “Não vamos tolerar vendas anárquicas aqui na cidade do Lubango. Esta decisão advém da Operação Resgate que ainda está em curso. Vamos continuar a defender a boa imagem da cidade”, disse Armando Vieira. Entretanto, esta decisão da Administração Municipal do Lubango não foi bem acolhida pelos presentes na reunião, que contou com a participação de funcionário de diferentes órgão do Estado.

As vendedoras reafirmam, num tom desafiador, que vão prosseguir com as suas actividades comercias na cidade, por ser com assim que sustentam as suas famílias. “Eu sou pai e mãe ao mesmo tempo, como poderei sustentar os meus filhos? Se é aqui onde eu ganho a vida, o Governo quer que eu vá me prostituir para dar pão aos meus filhos”? desabafou uma das vendedoras. Outras, porém, gritavam em uníssono que não deixariam as ruas da cidade para ir aos mercados do Mutundo e do Rio Namgombe. “Ou nos matam ou quê! Ou nos matam ou quê”, cantavam.