Igualdade de Género passa por uma aposta na educação de qualidade

Igualdade de Género passa por uma aposta na educação de qualidade

Ana Dias Lourenço discursava na reunião do Grupo de Mulheres Líderes pela Igualdade do Género, durante a 73ª Sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. Sustentou estar comprovado que os países com maiores desigualdades de género tendem a enfrentar altos níveis de pobreza, pelo que é preciso “garantir que as mulheres, em especial as jovens meninas, acedam com mais facilidade à educação formal e ao emprego estável e de qualidade, para que possam ser geradoras de rendimento e de garante para um futuro melhor para toda a sociedade”. Durante a sua intervenção, a Primeira Dama falou sobre a evolução da igualdade do género em Angola.

Informou que a actualização demográfica para 2017 mantém a supremacia do número de mulheres, em quase 6%, levantando, em conformidade,” o repto da sua valorização económica, social e política num contexto de comportamentos profundamente discriminatório do género”. Esta discriminação, segundo Ana Dias Lourenço, é ainda mais evidente quando se desloca o foco de análise para o Mundo Rural, onde a mulher representa 52% do total da população que vive, trabalha e desenvolve a sua actividade no campo. Acrescentou que, “quer no campo quer nas cidades, a mulher é o elemento demográfico preponderante, (no meio urbano a representatividade da mulher é de cerca de 51%) justificando-se as políticas de discriminação positiva em seu favor”.

Igualdade de oportunidades

Sobre esta matéria, de acordo com a Ana Dias Lourenço, o Governo Angolano estabeleceu como prioridade na Agenda Nacional, a questão da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, como condição necessária para torná-las social e politicamente activas e participativas nas tomadas de decisões e formulação de políticas e estratégias a nível do país. Explicou que nos últimos 10 anos foram adoptadas uma série de medidas com aprovação de legislação, que visa a eliminação das diversas formas de discriminação entre homens e mulheres, em que os instrumentos mais relevantes foram a política para Igualdade e Equidade de Género e os programas de crédito e desenvolvimento de competências da Mulher Rural. A Primeira Dama disse ainda que na estratégia de desenvolvimento para o período 2018-2022, o Governo definiu o desenvolvimento humano e a redução das desigualdades pessoais e territoriais como o principal foco dos eixos de desenvolvimento estratégico para o país.

Empenho do Governo

Durante o seu discurso, destacou ainda o empenho do Governo angolano em relação à inclusão efectiva das mulheres em todos os sectores da vida nacional angolana, “bem como a das meninas em áreas de actividades adequadas às suas idades, com realce para as áreas da Educação, da Cultura, das artes, do desporto e todas outras”. Apesar destes avanços, Ana Dias Lourenço disse haver ainda um caminho longo a percorrer para que se consiga alcançar níveis de realização destes objectivos mais satisfatórios. “No entanto, posso afirmar com segurança que em Angola, apesar do género ser considerado uma prioridade, ainda enfrentamos desafios na redução das disparidades de género nos cargos públicos, na função pública, nas empresas públicas e privadas e na redução do elevado número de mulheres no mercado informal”. Angola, na sua qualidade de membro do Conselho Executivo de Mulheres da ONU (UN Women Executive Board) e do Grupo de Mulheres Líderes, segundo Ana Dias Lourenço, associa- se “às iniciavas da ONU para promover políticas de igualdade de género e empoderamento das mulheres”.