União europeia quer Sociedade Civil mais interventiva

União europeia quer Sociedade Civil mais interventiva

A União Europeia (UE) defende que as organizações da Sociedade Civil sejam mais abertas, activas e interventivas, sobretudo no que diz respeito à defesa dos direitos e liberdades fundamentais das comunidades, garantindo um Estado verdadeiramente democrático. A ideia foi defendida nesta Quarta-feira, 30, em Luanda, pela sua directora de projectos em Angola, Raquel Barquinha Luz, no lançamento do projecto “A Voz do Jornalista”, da Rádio Eclésia- Emissora Católica de Angola, em parceria com o Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA). Raquel Luz disse que o propósito deste projecto é o de reforçar a capacidade técnica e de investigação dos profissionais de informação em matérias sobre a observância dos direitos humanos, de informar com rigor e imparcialidade.

CEAST satisfeita com a União Europeia

O representante da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Dom Dionísio Hisilenapo, presente no acto, manifestou satisfação pelo reacender das relações entre a Igreja Católica e a União Europeia, interrompidas há três anos por divergências com antiga direcção da Rádio Eclésia, na altura liderada pelo padre Quintino Kandanji. Em causa estava a devolução à União Europeia de 149 mil europeus que não tinham sido aplicados no projecto para o qual tinham sido destinados. O prelado disse que este financiamento poderá contribuir para o desenvolvimento do país por via da informação, a qual considerou como um dos “super-poderes existentes”.

Em breves palavras, Dom Dionísio Hisilenapo apelou aos gestores no sentido de pautarem por uma conduta transparente no uso dos recursos financeiros que vão sendo colocados à sua disposição. Já o secretário de Estado da Comunicação Social, Celso Malavoloneke, lembrou a importância dos meios de comunicação no estreitamento dos laços entre os homens. Por sua vez, o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), Teixeira Cândido, enalteceu a iniciativa no que concerne às liberdades de imprensa e de expressão. “É um campo para maximizarmos a liberdade de expressão e de imprensa, embora não seja um património do jornalista, mas temos sido os que mais exigem este direito fundamental” sustentou.

Este projecto, numa primeira fase, abrangerá as provinciais de Luanda, Benguela, Namibe e Lunda-Sul, e contempla uma componente chamada “género”, que, na visão dos doadores, permitirá uma maior aproximação e diálogo político. “Servirá também como mecanismo de consulta pública da representatividade dos actores locais para o processo de descentralização política e administrativa em curso em Angola”, disse Raquel Luz. O valor global a ser aplicado neste projecto não foi revelado.