Empresária Celeste de Brito mentiu em Tribunal, segundo fonte do processo

Empresária Celeste de Brito mentiu em Tribunal, segundo fonte do processo

Fonte próxima do processo, contactada pela Angop, afirma que essa informação, por ser “manifestamente falsa”, poderá complicar a defesa da empresária, que, certamente, ao fazer uso dela, terá pretendido um resultado diferente. Interrogada pelos juízes do Supremo, Celeste de Brito terá dito que, no quadro dos contactos com o antigo director- geral da antiga UTIP (Unidade Técnica para o Investimento Privado), Norberto Garcia, e outras entidades públicas, para facilitar a vinda dos investidores, manteve dois encontros com o vice-presidente da República.

A Angop soube que esse argumento é falso e configura o crime de perjúrio, que agrava a sua situação, já que em momento algum se encontrou com o vice-presidente da República. Dados que são do domínio do Ministério Público dão conta de que a empresária encontrou-se, no primeiro semestre de 2017, com o então ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa, e o conteúdo desde encontro está devidamente registado. Ela, assinala a fonte, nunca se reuniu com Bornito de Sousa na sua actual condição de vice-presidente da República. Na altura do encontro, no então Ministério da Administração do Território (MAT), refere a fonte com base em documentos, Celeste de Brito apresentou o seu projecto financeiro denominado NATRABANK.

No mesmo encontro, deu igualmente informações sobre a modalidade de financiamento para projectos sociais em Angola contra a atribuição de projectos mineiros aos financiadores. O então ministro do MAT terá dado indicações ao Fundo de Apoio Social (órgãos dependente do MAT) no sentido de se aprofundar o conhecimento sobre as experiências em relação a projectos sociais, e foram dadas indicações para que não fosse envolvido, nem onerado, o Estado com assuntos relacionados com projectos da NATRABANK. De igual modo, acrescentou a fonte, foi-lhe dada a indicação para que toda e qualquer matéria relacionada com eventuais financiamentos fosse tratada junto das instituições competentes. O NATRABANK, entretanto, foi dado como ilegal pelo Banco Nacional de Angola e cesssou a sua actividade.

Na fase de instrução do processo foi apurado que, apesar de ter procurado fazê-lo, por diversas vezes, Celeste de Brito não voltou a encontrar-se pessoalmente com o vice-presidente da República, e, provavelmente, por essa razão “terá falsificado a assinatura deste em documentos que usou nas suas diligências em busca de parceiros para os seus projectos”. A mesma fonte considera “no mínimo incongruente” associar o contacto que Celeste de Brito teve com o MAT no primeiro semestre de 2017 com a “Mega Burla à Tailandesa”. De igual modo, entende que nenhum dos argumentos levantados pela empresária justifica a falsificação da assinatura de Bornito de Sousa.