Maduro pede ajuda ao Papa para mediação da crise

Maduro pede ajuda ao Papa para mediação da crise

“Enviei uma carta ao Papa Francisco”, disse Maduro durante a entrevista realizada em Caracas. “Disse-lhe que estou ao serviço da causa de Cristo (…) e, nesse espírito, pedi a sua ajuda no processo de facilitação e de reforço do diálogo”, afirmou o Presidente venezuelano.

“Os governos do México e do Uruguai, todos os governos caribenhos, no seio da Caricom (Comunidade do Caribe), e a Bolívia pediram uma conferência para o diálogo no dia 7 de Fevereiro (…).

Eu pedi ao Papa para fazer os seus maiores esforços, para nos ajudar no caminho do diálogo. Espero receber uma resposta positiva”, disse Maduro. A União Europeia (UE) e o Uruguai anunciaram, no Domingo, a primeira reunião do grupo de contacto, para o dia 7 de Fevereiro, em Montevideu, com o objectivo de promover a organização de novas eleições na Venezuela.

A UE e oito dos seus Estados- Membros (Alemanha, Espanha, França, Itália, Portugal, Países Baixos, Reino Unido e Suécia) estão entre eles, bem como os latino- americanos Bolívia, Costa Rica, Equador e Uruguai.

O Papa está desde ontem numa reunião internacional inter-religiosa nos Emirados Árabes Unidos e deve voltar a Roma na noite de hoje, Terça-feira. Enquanto isso, vários países europeus – incluindo Portugal, Alemanha, Espanha, França, Reino Unido, Dinamarca, Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia, Finlandia e Suécia – também reconheceram ontem o opositor e líder da Assembleia Nacional Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Maduro instou à Europa a “não ser arrastada pelas loucuras de Donald Trump”, referindo-se ao Presidente dos Estados Unidos, que também reconheceu Guaidó e deixou a porta aberta para uma acção militar na Venezuela.

“Eu digo ao mundo: precisamos de solidariedade, consciência para não ceder à loucura da guerra e transformar a Venezuela num novo Vietname”, disse Maduro. Por outro lado, na Itália, a crise venezuelana está a causar fortes tensões. Oficialmente, Roma tem uma posição de ‘esperar para ver’, lembrando que nunca reconheceu a eleição de Maduro e pediu uma nova eleição presidencial.

A crise política na Venezuela, onde residem cerca de 300.000 portugueses ou luso-descendentes, segue-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da Organização Maduro pede intercessão do Papa Francisco para a resolver a crise no seu pais das Nações Unidas.