Primeira colheita de milho do AGrIKUVANGO estimada em mais de 2 mil toneladas

Primeira colheita de milho do AGrIKUVANGO estimada em mais de 2 mil toneladas

POR: João Katombela, na Huíla

O projecto está a ser executado em três partes, pelo que numa primeira parte já foram cultivados cerca de 300 hectares de milho de diversas espécies, com recurso à mais alta tecnologia no ramo da agricultura, cuja colheita está prevista para o mês de Maio. Na referida safra, segundo o administrador do projecto, Rui Kapose, serão colhidos cerca de 2.400 toneladas do produto, na razão de 8 toneladas por cada hectare de terra cultivada.

Para garantir o pleno crescimento do plantio de milho, foram instalados 6 pivots de irrigação de um total de 12 previstos pelo projecto, até à sua consolidação em 2022, que até este período deverão irrigar perto de 1500 hectares. Neste projecto, que está a ser implementado numa área total de 5000 hectares, serão feitas duas culturas anuais, com uma produção em 12 meses, de 27 mil toneladas de milho.

Entretanto, a cultura do arroz deverá arrancar no próximo ano, sendo que, para o efeito, já estão a ser desmantadas as terras que vão receber a primeira sementeira, na ordem dos 1000 hectares. Este projecto deverá conhecer o seu pico no ano de 2022, altura em que irá começar a diversificação das culturas, iniciando- se com a produção de trigo e ginguba num sistema rotativo com o milho. A ginguba vai ocupar uma área de 750 hectares, com uma produção anual estimada de 2550 toneladas, o trigo será semeado em 1500 hectares, com uma produção avaliada em 9000 toneladas por ano.

Transformação A transformação dos produtos saídos destes campos é uma outra componente do Projecto AGRIKUVANGO, sendo que numa primeira fase se aposta na transformação do milho em farinha. Para a transformação dos produtos cultivados neste projecto, já começou a ser instalada toda a componente industrial, que conta com cerca de 2 silos de 1500 toneladas cada. De acordo com Severiano Kapose, da administração do projecto, a instalação dos equipamentos industriais será terminada dentro de três meses, sendo concluída a acomodação das mogareiras com uma capacidade de produção de 1500 toneladas por hora. “Nós estamos focados na área de produção de cereais e já temos os silo sinstalados, temos mais três meses para instalar a fábrica de transformação do milho, com uma capacidade produtiva de 1500 toneladas por hora”, disse.

A administração do Projecto AGRIKUVANGO clama por apoios quer do Executivo, quer das instituições bancárias, no sentido de se garantir o seu pleno funcionamento. Da parte do Executivo, Rui Kapose, defende que este crie algumas políticas de apoio aos produtores nacionais, nomeadamente no que toca à subvenção de alguns materiais, como é o caso dos combustíveis e alguns insumos agrícolas. Para a alimentação eléctrica do sistema de irrigação, já estão instalados no projecto 4 geradores que trabalham de forma alternada 24 horas. Para o seu funcionamento diariamente são gastos cerca de 3 mil litros de gasóleo. Estes e outros encargos, segundo disse o administrador do projecto, elevam os custos de produção e, consequentemente, aumentam o preço da comercialização do produto final.

“Há toda a necessidade de a banca estar mais presente a acompanhar aquilo que são os desafios do país, é necessário que a banca ande de mãos dadas com o Executivo, no sentido acompanhar a nossa actividade”, afirmou. No que toca à aquisição de fertilizantes, Rui Kapose afirma ser necessário a instalação de uma fábrica, para reduzir as despesas que os produtores ainda têm. “Os agroquímicos ainda são muito caro no nosso mercado, era bom que fossem revistos, quanto antes, os seus custos! bem como devem ser revistos os direitos aduaneiros. Se tivéssemos no nosso país uma fábrica de fertilizantes, a nossa vida estaria facilitada” avançou.