Feira de “São Valentim” movimenta citadinos da capital

Feira de “São Valentim” movimenta citadinos da capital

Em Luanda, além dos jantares românticos e outras actividades, as pessoas costumam oferecer presentes ao seu amor. Para que essa prática seja concretizada com êxitos, sem causar grandes constrangimentos aos citadinos, devido à agenda de trabalho, é realizada a Feira de São Valentim em vários pontos da cidade. O jornal OPAÍS visitou alguns destes pontos que se estendem um pouco por toda a cidade. O município do Cazenga, Kilamba Kiaxi e no distrito do Rangel, onde constatou a venda de vários artigos, como quite de perfume, maquilhagem, creme, jóias, lingeries, bijuterias, roupas, calçados, bebidas, pastas e peças decorativas.

No Cazenga, a feira existe há quatro anos, na Rua dos “Comandos” e conta com mais de 60 expositores. A mesma teve início a nove do corrente, organizada pela administração local, e decorrerá até 20 de Março, de modos a abranger outros dias comemorativos como o da “Mulher Angolana” (2), “Internacional da Mulher” (8), e do Pai (19). Teresa dos Santos, uma das expositoras, realçou que os quites para mulheres, composto por ursos, perfume, creme, lápis e base são os mais procurados. Já os quites para homens é feito com roupas e perfumes. Quanto aos preços são negociados com os clientes, com base nos artigos solicitados para a composição do quite. Entretanto, a vendedeira referiu que jovens e adultos, provenientes dos vários municípios da cidade, às vezes indecisos, solicitam por opiniões sobre o que devem adquirir.

Homens os que mais compram

Teresa dos Santos realçou que a maior parte dos clientes são homens, enquanto as mulheres timidamente aparecem muito por falta de poder aquisitivo. “Os homens são os que mais se preocupam em comprar presentes, porque muitas vezes justificam e outros chegam a reclamar que as suas esposas ou namoradas são desempregadas”, disse. Teresa da Conceição, também expositora, além dos quites para senhoras, tem ainda disponível brindes para homens, composto por almofada, gravata, relógio e suspensório. Contou que desde o arranque da feira têm recebido vários visitantes, que aproveitam comprar brindes, mas realçou que no dia ‘14’ o movimento é maior. A cidadã referiu que, pelo facto de serem os homens que mais compram os produtos ali comercializados, por sua vez, há mais disponíveis para senhoras. “Se notarem, os homens são os que mais procuram e compram presentes nesse dia. É raro ver mulher a comprar. Por isso optámos mais por artigos femininos, para não sair a perder”, considerou.

No Rangel

A feira decorre no Largo do Soweto, entre os dias 10 e 16 do corrente, e conta com a participação de mais de 30 expositores. Estela Orlando, para além dos brindes comercializa rosas naturais. A expositora disse que os feirantes nesta data, adquirem mais os ursos e flores. “Uns chegam decididos sobre aquilo que vão comprar, enquanto outros pedem sugestões, descrevem o comportamento da sua amada. Com base nisso, conseguimos ajudar”, explicou.

No Kilamba Kiaxi

A feira decorre na Vila Estoril desde Sábado, o seu encerramento está previsto para Domingo,17. A mesma conta com mais de 30 expositores. Naquele local, o artefacto mais procurado, segundo Jandira Domingos, são as lingeries. Os clientes, tal como no Rangel, maioritariamente são homens de diferentes idades. “Os rapazes compram mais. As mulheres hesitam muito e não sabemos porquê. Participo nessa feira há quarto anos, normalmente os clientes são mais rapazes”, observou. A cidadã convidou os citadinos a visitarem a feira, para poderem agradar as suas esposas. Para ela, os casais não devem apenas celebrar o amor nessa data, mas sempre que possível. A expositora reconhece que a data é comercial, por isso aproveitam vender vários artigos, de modos a rentabilizar.

Cidadãos preocupados em comprar presentes

Os cidadãos em Luanda, com a intenção de tornar o dia dos namorados ainda mais especial, adquirem presentes para a sua amada. É o caso de Rogério Paz que comprou o presente para a sua esposa, mesmo antes da data, por precaução. “Além das flores que normalmente ofereço, acrescento o presente, para deixá-la mais alegre”, contou. O funcionário público avançou que há dois anos, devido ao filho que completa anos nesse dia, celebram a data em casa, na companhia de familiares e amigos.

Celebre sempre o amor

Para Rogério Paz, a data deve ser vista de um modo geral, para que todos os dias sejam dia 14. Defendeu que os casais não devem apenas preocupar-se em comprar presentes, mas aproveitar fazer uma reflexão daquilo que é o seu relacionamento, e quiçá, mudar para melhor. O funcionário público aconselhou os casais a pautarem pelo diálogo, amor, amizade e respeito, para que a relação seja duradoura.

Diferente de muitos, Rogério Paz tem recebido presentes da sua amada, nesse dia que simboliza o amor. Já o cidadão Sanzo Sousa, apesar de estar doente, vai contemplar a sua amada com um almoço especial. O técnico de manutenção, que até ao dia da entrevista, 13, não havia comprado o presente para a sua esposa, disse que é habitual nesta data brindar a esposa com vários presentes.

“Estou ainda a fazer pesquisas. Normalmente compro chinelas, quites com urso e flores. Presto atenção nestes aspectos e sei o que ela mais gosta. Ela prefere algo mais simbólico”, disse. A maior parte das mulheres interpeladas pelo jornal OPAÍS, que preferiram não falar sobre o assunto, garantiram que nesse dia estarão com os seus amados, e que também vão brindá-los com presentes. Quanto àquelas que não têm namorado apelaram para que os casais sejam cautelosos neste dia, para que possam lembrá-lo com alegria e saudade. Pediram ainda que sejam unidos, fieis, para que possam servir de exemplo para a sociedade.

A data

O dia de São Valentim, também conhecido como o dia dos Namorados ou Valentine’s day é comemorado anualmente a 14 de Fevereiro em diversos países do mundo, tais como Argentina, Espanha, Portugal e França. Este dia foi escolhido por ser a data em que São Valentim, um bispo da Igreja Católica, foi morto em Roma, por ter desobedecido o imperador, realizando casamentos às escondidas. Curiosamente, no Brasil, o São Valentim não é celebrado, pois esta é uma tradição dos países anglo-saxónicos. Os casais apaixonados comemoram o seu amor no dia 12 de Junho, véspera do dia de Santo António, popularmente conhecido como santo casamenteiro.