Unicargas prevê abrir terminais nas províncias do Cunene, Malanje e Zaire ainda este ano

Unicargas prevê abrir terminais nas províncias do Cunene, Malanje e Zaire ainda este ano

A Unicargas , empresa pública de transporte e manuseamento de cargas, prevê abrir, dentro de oito meses, terminais de carga das províncias do Cunene, Malanje e Zaire, revelou ontem, ao OPAÍS, o presidente do seu Conselho de Administração, Celso Rosas. Conforme explicou, há muitos anos que a empresa vem trabalhando apenas com as delegações do Moxico, Benguela e Cabinda. Porém, de forma a expandir os seus serviços e melhor servir o país na área da transportação de mercadorias, Celso Rosas avançou que será preciso abrir novas delegações que vão contribuir significativamente para o desenvolvimento das regiões onde serão construídas. Segundo o gestor, a abertura destes novos terminais vai exigir igualmente o aumento da frota que, neste momento, dos 230 camiões que a empresa dispõe, apenas 104 estão operacionais.

Para o efeito, Celso Rosas fez saber que serão precisos mais 100 camiões para fazer face às necessidades de transportação de mercadorias. “Actualmente, a nossa frota debate-se com problemas muito sérios. Dos 230 camiões que temos, apenas 104 encontram-se operacionais, 69 avariados e em fase de recuperação e 57 praticamente imobilizados e que serão desmantelados ainda este ano. Neste sentido, a nossa perspectiva é tentarmos comprar, numa primeira fase, mais 100 camiões que sejam robustos e que nos garantam uma maior intervenção na nossa actividade operacional dentro de todo o território nacional”, frisou .

Apesar da limitação na frota, Celso Rosas fez saber que a empresa que dirige realizou, ao longo do ano de 2018, 13 mil e 691 viagens nos serviços urbanos e de longo curso, o que perfez praticamente 1milhão e 341 mil e 656 quilómetros de estrada. Sobre quantidade de mercadorias, o responsável disse que, no mesmo período, a empresa transportou 394 mil 661 toneladas. “E em termos de actividade portuária, conseguimos ver atracar, no nosso terminal polivalente, no Porto de Luanda, praticamente 100 navios. Foram manuseadas um total de 695 mil 774 unidades, mais 647mil e 892 comparativamente ao ano anterior, o que equivale a mil 353 por cento”, notou.

Segundo o gestor, todo esse exercício operacional permitiu a arrecadação de um total de 5 mil milhões 128 milhões e 576 mil Kwanzas contra os 4 mil milhões e 400 milhões e 458 mil Kwanzas de 2017, o que resultou num aumento de 728 milhões e 108 mil Kwanzas, correspondendo a um incremento de 16,5 por cento. Apesar dos números, Celso Rosas disse que os custos da empresa ainda estão acima daquilo que são as receitas arrecadas. “É que, embora tenhamos arrecadado 5mil milhões 128 milhões e 576 mil Kwanzas de receita, as nossas despesas ainda são de 5 mil milhões e 358 milhões de Kwanzas. Como podem ver, os resultados não são ainda aqueles que precisamos”, frisou.

Aposta na redução de custos

Todavia, de forma a reduzir os custos, o responsável avançou que está a ser desenvolvida, ao nível da empresa, uma série de medidas com vista ao saneamento financeiro e económico para, no âmbito daquilo que é a balança e na relação custo/beneficio, melhorar os benefícios. “Algumas medidas, de forma corajosa, começaram a ser tomadas. É o caso da suspensão do seguro de saúde que foi eliminado e em seu lugar criamos um centro clínico. Porém, isso possibilitou uma redução drástica dos custos, em mais de dois terços daquilo que eram as despesas anteriores, que estavam estimadas em 280 milhoes de Kwanzas por ano”, referiu. A empresa, segundo ainda o seu presidente do Conselho de Administração, está igualmente a levar a cabo o processo de renegociação de vários contratos que a empresa possuía, no sentido de manter só aquilo que é necessário, devido e justo pelo serviço que é prestado. “Estamos a falar de contratos ligados a prestação de serviços de segurança, de telecomunicações, Internet, assistência alimentícia, limpeza, higiene. Portanto, tínhamos uma série de serviços que nos eram prestados por outras empresas de forma desnecessária”, salientou