Censo Agro-pecuário orçado em mais de USD 24 milhões

Censo Agro-pecuário orçado em mais de USD 24 milhões

O responsável fez esse pronunciamento durante o acto de lançamento da primeira fase desse censo, em acto presenciado pelo director do Instituto Nacional de Estatística, Camilo Ceitas, adiantando que o mesmo será realizado de momento nas províncias de Benguela, Cunene, Cuanza-Sul, Moxico e Uíge.Com três etapas definidas, o Censo Agro-pecuário começa com a formação de pessoal seleccionado para integrar as comissões provinciais e municipais, na capital do país, seguindo- se uma segunda etapa (de 11 a 22 de Março) destinada a formação de quatro formadores indicados por cada província.

A terceira e última fase deste período “piloto”, acrescentou, vai abranger 14 técnicos por cada uma das 18 províncias e deverá decorrer localmente, dirigido aos chamados agentes de campo. Referiu que, na província de Benguela o censo vai realizar-se nesta fase piloto (Março e Abril), apenas nos municípios da Baía Farta e do Cubal. Já a partir dos meses de Maio e Junho acontece o censo nacional, que se vai estender por todo país, devendo reportar-se aos dados dos últimos 12 meses. Na apresentação feita aos empresários e representantes associativos dos sectores da Agricultura e Pescas, Paulo Fonseca informou que o Censo Agro-pecuário é uma operação estatística de recolha, processamento e divulgação de dados sobre a estrutura da agricultura, pecuária e pescas, abrangendo a totalidade do país.

Por seu lado, o director do INE, Camilo Ceitas, disse em resposta às inquietações levantadas, que o sector que dirige reconhece as dificuldades que se vão colocar neste inquérito, daí que pediu um maior envolvimento dos administradores municipais. “Eu reconheço que temos uma dívida com as autoridades tradicionais (cerca de seis mil sobas), com os quais trabalhamos durante o Censo Geral da População, mas dificuldades financeiras que se colocaram a partir de Junho de 2014 levaram a esta situação, que espero seja resolvida tão logo haja recursos”, afirmou. Para ilustrar o trabalho, Camilo Ceitas salientou que o país tem 25 mil aldeias, onde os técnicos censitários terão que chegar, daí a necessidade do envolvimento de todos.

Na intervenção que marcou o lançamento do censo, o director provincial de Benguela da Agricultura, Pecuária e Pescas, José Gomes, solicitou igualmente a colaboração das diferentes entidades para se lograr o êxito do inquérito. Participante do certame, a cidadã verónica Mbundo elogiou a iniciativa do governo, defendendo que o país não pode continuar a olhar sempre para o petróleo. “É preciso saber o que há no país do ponto de vista da agricultura, da criação animal ou mesmo do pescado”, disse. “O país não pode continuar a viver do imaginário, é preciso falar-se de números reais”, defendeu a anciã que é também criadora de suínos em menor escala. Este é o segundo censo agrícola que se vai realizar em Angola, tendo o primeiro ocorrido em 1961. Participaram na cerimónia agricultores, criadores de animais e pescadores, provenientes de diversas localidades da província.