Executivo promete construir 1439 salas de aulas este ano

Executivo promete construir 1439 salas de aulas este ano

Ao todo, é um total de 1.439 salas de aulas que serão construídas ainda este ano em todo o país, conforme anunciou ontem, em Luanda, a ministrada da Educação, Maria Cândida Teixeira. Segundo a governante, a construção dessas unidades académicas consta na estratégia do Executivo no âmbito da educação para todos, o que vai permitir a redução de forma significativa do número de crianças fora do sistema de ensino. A ministra, que falava durante um encontro com jornalistas de vários órgãos de comunicação, admitiu que a situação das crianças que estudam embaixo de arvores em condições precárias constitui uma preocupação do seu ministério.

Por isso, de forma a mitigar o cenário, houve necessidade de se apostar no programa de construção destas salas de aulas que vão assegurar o acesso de centenas de crianças em ambientes escolares mais dignos. Sobre a situação de muitas escolas que se debatem, dentre outros problemas, com a falta de carteiras, Maria Cândida Teixeira, fez saber que o Governo está há quatro anos que não compra carteiras novas. Mas, para esse ano, avançou, o seu ministério solicitou do Ministério das Finanças, com a nuance do Presidente da Republica, uma verba para a compra de novas carteiras, que vão conferir maior dignidade a comunidade estudantil.

Porém, enquanto se aguarda pelas novas carteiras, a ministra da Educação apelou a todos os intervenientes (desde pais, direcções de escolas e as comunidades) de forma a protegerem as carteiras e outros bens postos à disposição dos alunos. “Como sabem, o país está num momento financeiro difícil. Sendo assim, não podemos continuar a assistir, como temos visto, à vandalização das nossas escolas. É preciso que haja respeito pelos bens públicos”, notou Para além da problemática das crianças fora do sistema de ensino, Maria Cândida Teixeira disse que outra da grandes preocupações prende-se com a qualidade de muitos docentes, que ainda apresentam enormes deficiências. Assim, de forma a corrigir o mal, a ministra deu a conhecer que o seu ministério vai desenvolver, nos próximos tempos, um amplo programa programa de formação de professores de todo o país, de forma a integrar maior qualidade no sistema de ensino. “Vamos desenvolver um conjunto de acções formativas, desde seminários, cursos de superação e programas de actualizações constantes para melhorarmos o nosso quadro docente”, frisou.

Concurso público

Relativamente à situação do recente concurso público no sector da Educação, Maria Cândida Teixeira fez saber que este processo possibilitou o ingresso de vinte mil docentes. No que toca às reclamações de muitos concorrentes, a ministra explicou que, ao todo, foram inscritos, em todo o país, 152 mil e duzentos e onze candidatos, tendo sido submetidos a teste 121 mil e cento e trinta e sete candidatos, dos quais 27mil e quatrocentos e sessenta e três foram excluídos na primeira fase. De acordo com a governante, para o ensino primário realizou-se um teste nacional, enquanto para o primeiro ciclo e ensino medio o teste foi por especialidade a nível de cada província. “Registou-se, nos dias dos testes, a falta de comparência de 30.074 inscritos. Verificou-se um elevado número de negativas nos resultados apresentados pelos candidatos do ensino primário na maioria das províncias. Mas houve um alto nível de índice de positivas em relação aos candidatos do I e II ciclos do ensino secundário”, atestou. Maria Cândida Teixeira fez saber ainda que, a par das quotas atribuídas, houve um aumento adicional nas províncias de Luanda (com 308 vagas) e Uíge (com 238 vagas) num total de 542 vagas. E durante todo o processo, a fonte referiu que houve a recusa de processo de alguns candidatos pelo Tribunal de Contas devido a um conjunto de irregularidades apresentadas.

Dez milhões de livros por distribuir

Ainda durante o encontro com os jornalistas, Manuel Afonso, director do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação (INIDE) deu a conhecer que a par dos livros escolares já distribuídos, este ano prevê-se distribuir mais um total de 10 milhões de livros aos alunos do ensino primário de todo o país. Segundo o responsável, as fábricas responsáveis pela produção dos exemplares já iniciaram o processo de reprodução e prevê-se, para os próximos tempos, a distribuição gratuita aos alunos que ainda não dispõem dos materiais.