Os países produtores de petróleo vivem um momento de “desafogo”, sobretudo aqueles cujo preço de referência do barril está na casa dos 60 dólares, como é o caso de Angola. É que um mês e meio após os cortes acordados pelos membros da Organização dos Países Produtores e Exportadores de Petróleo (OPEP) registou-se uma subida de 8 dólares. Quando os membros do cartel decidiram cortar na produção, o barril de crude estava a ser comercializado por 59 dólares, estando agora a ser vendido por 67 dólares e 33 cêntimos, menos 67 cêntimos comparativamente ao que está previsto no OGE 2019 (em execução).
Para José Severino, que preside a Associação Industrial de Angola, “é vontade dos Estados Unidos da América que o preço ultrapasse a barreira dos 70 dólares”, reiterando que a matéria-prima mais procurada no mundo vai continuar a registar oscilações, com subida moderada. Nas suas abordagens, o economista Yuri Quixina defende a revisão do preço do barril de petróleo em 50 dólares. Para ele, seria uma forma de fazer reserva para aplicar noutros sectores da economia, sobretudo o produtivo. Refira-se que no último dia de 2018, os preços do petróleo avançaram com sinais positivos ao nível da comercialização da matéria- prima.
WTI ganhou 0,08 dólar para se estabelecer em 45,41 dólares por barril, enquanto o Brent subiu 0,59 dólar para fechar em 53,80 dólares o barril. Na reunião de Dezembro, a OPEP e alguns outros grandes produtores, incluindo a Rússia, prometeram cortar a produção em 1,2 milhão de barris por dia. Nesta senda, Angola cortou, na sua produção, mais de 29 mil barris de petróleo por dia. A matéria- prima representa mais de 90% das exportações do país. A produção dos Estados Unidos não sofre alteração, assim como as suas reservas. Em Dezembro, por exemplo, estimava-se uma reserva de 441,4 milhões de barris, 8% acima da média de cinco anos.
Previsão de alta
Os cortes foram motivados pelos baixos preços que a matéria-prima atingiu em 2018, tendo sido comercializada abaixo de 50 dólares, quando já se previa uma recuperação. Em 2018, várias agências especializadas em petróleo, dentre elas a Agencia Internacional de Energia Atómica, previam que o petróleo fosse chegar, em 2019, aos 100 dólares por barril. A instabilidade na Venezuela, um dos grandes produtores da América Latina e do Mundo, e o mau clima que se registou na Europa podem também contribuir para a subida do preço do barril de petróleo no mercado internacional. De acordo com Euronews, atualmente, quase metade da produção de crude da Venezuela está sem comprador. O que resta quase não gera receita porque faz parte do pagamento da dívida contraída a países como a Rússia ou China.