Manifestações na Argélia contra recandidatura de Abdelaziz Bouteflika

Manifestações na Argélia contra recandidatura de Abdelaziz Bouteflika

Manifestações como a deste domingo à noite nas ruas de Argel estão proibidas desde 2001, mas o maior protesto de descontentamento na Argélia desde a Primavera Árabe já dura há dias. E pode tornar-se explosivo porque muitos argelinos prometem não baixar a guarda.
Em causa está o anúncio da recandidatura de Abdelaziz Bouteflika para um 5.º mandato presidencial, aos 82 anos.

No poder há duas décadas e alegadamente hospitalizado há uma semana na Suíça, praticamente não é visto em público desde que foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral em 2013.
O diretor de campanha, Abdelghani Zaalane, apresentou este domingo a candidatura ao Conselho Constitucional e leu, na televisão nacional, uma carta enviada por Bouteflika. Na missiva, o líder promete que, se for eleito a 18 de abril, não terminará o mandato e se afastará depois de eleições presidenciais antecipadas. Acrescenta que a data será marcada após uma conferência nacional.
Mas não é certo que Bouteflika venha a ser efetivamente candidato. A Comissão Nacional de Eleições deixou bem claro que todas as candidaturas tinham de ser apresentadas em pessoa, o que não aconteceu no caso do atual líder argelino.

Desde o polémico anúncio, a Argélia foi inundada por uma vaga de protestos com dezenas de milhares de pessoas nas ruas.
As eleições servem para garantir a transição de poder em condições pacíficas com liberdade e transparência.