BNA coloca em leilão mais de USD mil milhão em dois meses

O Banco Nacional de Angola (BNA) vai vender, este mês, moeda estrangeira no valor equivalente a USD 700.000.000,00 (Setecentos Milhões de Dólares), por via de leilões de preço (venda de divisas) e de quantidade (plafonds para cartas de crédito), numa frequência diária, para todas as finalidades, incluindo liquidação de cartas de crédito, atendimento as casas de câmbio e operadoras de remessas, valor igual ao disponibilizado em Fevereiro deste ano, totalizando um mil milhões e 400 milhões dólares.

“Após cada sessão, o BNA divulgará, no seu portal institucional, o montante disponibilizado, o número de participantes, as taxas de câmbio máxima e mínima admitida, bem como a taxa de câmbio média resultante da sessão”, assegura o Banco Central. O Banco Nacional de Angola (BNA) retomou, em Agosto de 2018, a venda de divisas em dólares aos bancos comerciais, colocando à disposição USD 30 milhões, processo que não acontecia desde o mês de Outubro de 2016.Na sessão de venda de divisas, que marcou a retomada da injecção directa de moeda estrangeira no mercado, serviu para a cobertura de operações gerais, excluindo adiantamentos a favor de tradings, offshores e sociedades unipessoais.

Bancos comerciais com “cerco apertado”

Outra das medidas tomadas pelo Banco Central tem a ver com o aumento de capital social dos bancos comerciais, com vista a conferir- lhes maior estabilidade e segurança, processo que já levou ao encerramento de três instituições bancarias. São os casos dos bancos Mais, Postal e BANC. É nesta senda que a qualidade dos activos dos bancos comerciais será avaliada pelo Banco Nacional de Angola (BNA) a partir do mês de Abril próximo, no sentido de aferir a estabilidade financeira dos mesmos, como avançou, recentemente, José de Lima Massano.

“A avaliação dos activos da banca faz parte das recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI), no âmbito do acordo firmado com o Governo angolano, e vai incidir sobre o no crédito concedido pelos bancos comerciais, para se ter um retrato real do sector bancário angolano”, disse, na ocasião, o governador do BNA. José Massano de Lima garantiu igualmente que “o BNA vai adoptar medidas para acabar com o crédito em moeda nacional indexado à moeda estrangeira”, disse, justificando que a medida surge devido aos efeitos perversos que qualquer ajustamento cambial possa vir a causar aos tomadores dos empréstimos. “Vamos procurar incorporar outras instituições financeiras especializadas para ajudar a gerir a carteira de crédito mal parado, cuja percentagem está na ordem de 31%”, avançou.