Comunidade Portuguesa na Huíla quer rapidez na atribuição de vistos

Comunidade Portuguesa na Huíla quer rapidez na atribuição de vistos

POR: João Katombela, na Huíla

A comunidade Portuguesa na província da Huíla defende a necessidade de se incrementar mais rapidez na atribuição e renovação de vistos, a fim a facilitar ainda mais a circulação entre os dois povos com as respectivas trocas comercias. Esta necessidade foi defendida ontem, na cidade do Lubango, capital da Huíla, por alguns cidadãos portugueses reagindo à visita do Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, ao nosso país, particularmente, à cidade do Lubango. Segundo os nossos entrevistados, a visita de Marcelo Rebelo de Sousa está a ser aguardada com muita expectativa no seio da comunidade. Muitos dos seus membros acreditam que, com ela, várias dificuldades poderão ser apresentadas ao Chefe do Estado Português para possíveis soluções.

Entre as diversas inquietações apresentadas pelos portugueses residentes na cidade do Cristo-Rei, destaca-se a morosidade na atribuição dos vistos aos cidadãos dos dois países. “Este é um facto que facilita a movimentação de pessoas e empresas e julgo que, se for resolvido, haverá muita gente a circular entre Angola e a Europa. E isso é bom para os dois países, Angola e Portugal, e sobretudo no sector do turismo para Angola, particularmente no Sul do país”, disse António João. Para a directora pedagógica da Escola Portuguesa, Ana Quelia, a burocracia a que ainda se assiste na atribuição de vistos tem contribuído para a fraca circulação de pessoas entres Angola e Portugal. “Que a vinda do Presidente a Angola trouxesse celeridade na atribuição dos vistos, temos tido muitas dificuldades na sua aquisição, sobretudo com os estudantes que querem dar continuidade aos seus estudos em Portugal. Pela demora na atribuição de vistos, muitos deles acabam por perder a vaga nas universidades”, revelou.

Na Huíla, a comunidade portuguesa está presente em alguns dos 14 municípios que compõem a província, sendo a cidade do Lubango a que mais portugueses alberga. São cerca de 600 indivíduos lusos só na cidade do Cristo Rei, segundo informações avançadas por uma fonte do Consulado de Portugal na capital huílana. Para outros portugueses que igualmente falaram à nossa reportagem, a visita de Marcelo Rebelo de Sousa demonstra claramente o nível de estreitamento das relações entres os países lusófonos, nomeadamente Angola e Portugal. No entanto, estas relações, segundo disse Paulo George, “precisam ainda de ser mais cimentadas em sectores como o da Educação”. O também professor da Escola Portuguesa espera que a visita do seu presidente traga algumas melhorias para a Escola. “Quando digo que esta visita pode trazer melhoramento para a Escola Portuguesa no Lubango, refiro- me a algumas infra-estruturas de apoio aos alunos, como, por exemplo, o refeitório, biblioteca e pavilhões.

Que o senhor Presidente interceda junto do Ministério da Educação Português no sentido de se conseguir para a escola um financiamento”, avançou. Por outro lado, Paulo George considera saudáveis as relações existentes entre os portugueses e angolanos. Há bastante aceitação de parte-a-parte, segundo o nosso entrevistado, realçando que se trata de um benefício mútuo, tanto para quem vem investir em Angola, como para os angolanos que queiram investir em Portugal”. O docente acrescentou que há ainda a necessidade de se melhorar a cooperação entre os os dois países, sobretudo no domínio da formação técnico-profissional. “Na área do ensino técnico-profissional ainda há muito que melhorar. É preciso estabelecer partilha de experiências ou estágios em que estejam envolvidos professores e estudantes angolanos e portugueses”, adiantou.