Jornalista preso na venezuela é solto por expressa exigências dos EuA

Jornalista preso na venezuela é solto por expressa exigências dos EuA

“Cody Weddle foi libertado após ter sido detido pelas autoridades venezuelanas”, informou o canal 10 News de Miami, acrescentando que Camacho também está solto. Citando a mãe do jornalista americano, Sherry Weddle, o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) destacou no Twitter que Cody, de 29 anos, “foi levado ao Aeroporto Internacional Simón Bolívar para ser deportado”.

“Está bem (…) e parte num vôo da American Airlines nesta Quintafeira” (ontem) às 12H00 local, segundo o SNTP. O Sindicato informou que a DGCIM foi à residência de Weddle em Caracas por volta das 8h desta Quarta-feira, levando-o detido e confiscando o seu equipamento de trabalho. Segundo relatos dos vizinhos citados pelo SNTP, Weddle foi preso “supostamente com uma ordem emitida por um tribunal militar” e “no documento eram mencionados dois supostos crimes”. Outras fontes destacaram que uma das acusações seria de espionagem.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, o agente especial para a Liberdade de Imprensa da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, Edison Lanza, e a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) também exigiram a libertação dos profissionais. Estas prisões coincidiram com o anúncio dos Estados Unidos, nesta Quarta-feira, de que revogarão os vistos de 77 venezuelanos próximos ao Presidente Nicolás Maduro, como parte dos esforços para tirar do poder o dirigente socialista. Mais cedo, o director da ONG Espaço Público, Carlos Correa, informou “que na parte da manhã a Direção de Contra-inteligência militar chegou” à residência de Weddle para realizar buscas “e o questionou sobre a cobertura que fez (em 23 de Fevereiro) na fronteira”.

A sub-secretária americana de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Kimberly Breier, condenou a detenção de Weddle, jornalista independente que está há anos na Venezuela, onde actua para as redes de televisão ABC e CBC, e nos jornais Miami Herald e The Telegraph. “O Departamento de Estado está a par e profundamente preocupado com as informações de que outro jornalista americano foi detido na Venezuela por Maduro, que prefere esconder a verdade em vez de enfrentá-la”. “Ser jornalista não é crime. Exigimos a sua libertação imediata e ileso”, disse Breier no Twitter. Robert Palladino, porta-voz do Departamento de Estado, deplorou no Twitter as ameaças à liberdade de expressão sob o “regime de Maduro”. A fracassada tentativa de fazer entrar na Venezuela ajuda internacional em 23 de Fevereiro resultou em intensos distúrbios nas fronteiras da Venezuela com a Colômbia e com o Brasil, que causaram sete mortes e cerca de 300 feridos.