Infra-estruturas abandonadas no perímetro irrigado da Matala

Infra-estruturas abandonadas no perímetro irrigado da Matala

Quatro silos, seis pivôs e outros sistemas de rega complementares, assim como uma fábrica de concentrado de tomate estão inoperantes desde 2012 e em quase estado de abandono no perímetro irrigado do município da Matala, na província da Huíla. Os silos com capacidades de 12 mil, quatro mil e duas mil e 300 toneladas, respectivamente, custaram seis milhões, 653 mil e 415 euros, num financiamento de uma linha de crédito espanhola.
A fábrica de concentrado de tomate, montada nos anos 60, cujo processo de reabilitação iniciou em 2008, com orçamento de 801 milhões de kKwanzas, fruto de um financiamento do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), não foi concluída, porque o empreiteiro fugiu depois de receber o pagamento.
Em declarações hoje à Angop, de visita a Matala, a directora do gabinete da agricultura, pecuária e pescas, Mariana Soma, disse que a inoperância das infra-estruturas de apoio à produção do município da Matala é preocupante, dada a sua importância para o aumento da produção, mas trata-se de um problema que ultrapassa as capacidades do sector.
Como solução para o problema, a gestora aponta a busca por novos investidores que possam apostar na recuperação das indústrias paralisadas, com destaque para as fábricas de concentrado de tomate, lacticínios e de salsicharia.
Disse ter constatado o problema de falta de equipamentos do laboratório de análises dos solos, e garante que vai trabalhar com os ministérios da Agricultura e Florestas, Industria e Finanças, no sentido de traçar políticas que permitam recuperar essas infra-estruturas.
A Sociedade de Desenvolvimento da Matala (Sodmat) está sem recursos para continuar a gerir o perímetro irrigado local, o maior do país, com mais de 43 quilómetros de extensão, 11 mil hectares e infraestruturas de apoio a produção.
A gerir aquele que é o maior perímetro irrigado do país desde 2007, a SODMAT acumula quatro anos de salários em atraso, além de outras dívidas com fornecedores que ultrapassam os 90 milhões de kwanzas.