Madonna vai actuar no Eurovisão em Israel

Madonna vai actuar no Eurovisão em Israel

A performance da artista, que vive em Portugal desde 2017, deverá ser paga pelo empresário israelita Sylvain Adams, que ajudará a financiar um evento orçamentado em 28,5 milhões de euros. A ida de Madonna a Israel estava a ser noticiada desde o início de Fevereiro de 2019, mas o anúncio terá sido atrasado por questões relacionadas com o conteúdo político de uma das músicas que a artista planeava cantar. A Rainha da Pop deverá ser precedida no palco pelos israelitas que ganharam anteriormente o Eurovisão: Izhar Cohen & the Alphabeta (1978), Gali Atari e Milk & Honeu (1979), Dana Internacional (1998)e Netta Barzi lai (cuja vitória em Lisboa em 2018 levou a organização de 2019 para Israel).

Nas semi-finais, além dos concorrentes do Festival, deverão actuar também Eleni Foureira (grega, segunda classificada do Eurovisão 2018), Conchita Wurst (nome artístico do austríaco Th omas Neuwirth, vencedor do Eurovisão 2014), Måns Zelmerlöw (sueco, vencedor da Eurovisão 2015) e Verka Serduchka (nome artístico do ucraniano Andriy Danylko, segundo classifi – cado do Eurovisão 2007). Vários artistas de renome têm pedido o boicote do Eurovisão 2019. Mais de 40 artistas portugueses pediram ao representante português, Conan Osíris, através de uma carta aberta, que não marcasse presença no Eurovisão, pois a participação seria uma forma de “ignorar o cerco ilegal que Israel mantém a 1,8 milhões de palestinianos em Gaza, negando-lhes os direitos mais básicos”.

Antes, já o ex-vocalista dos Pink Floyd, Roger Waters, tinha feito um apelo similar a Conan Osíris, pedindo-lhe, numa carta privada, para “erguer a voz pela vida e contra a morte”. A mensagem foi repetida publicamente e o convite de boicote estendido aos restantes concorrentes do Eurovisão 2019. Conan Osíris tem colaborado com a organização até agora e já foi a Israel gravar a apresentação oficial da canção que será transmitida durante o Festival. Numa entrevista a um canal de televisão israelita, quando questionado sobre se era verdade que Roger Waters lhe tinha enviado uma carta a Conan Osiris respondeu: “Bem, é o que se vê”. De acordo com o regulamento do concurso, os concorrentes não podem tomar posições políticas, correndo o risco de serem desclassificados.

Antes de Roger Waters, no início de Março, já o Comité de Solidariedade com a Palestina, o SOS Racismo e as Panteras Rosa tinham apelado a Conan Osiris para não ir a Telavive representar Portugal, em solidariedade com artistas palestinianos. O apelo ao boicote é anterior à qualificação de Conan Osíris. Em Junho de 2018 diversas organizações culturais palestinianas afirmavam que “o regime israelita de ocupação militar, colonialismo e apartheid está descaradamente a usar o Eurovisão como parte da sua estratégia oficial ‘Brand Israel’, que tenta mostrar ‘a face mais bonita de Israel’ para branquear e desviar a atenção dos crimes de guerra contra os palestinianos”.