IRSEM precisa de 39 mil milhões de Kwanzas para reintegrar mais de 100 mil pessoas

IRSEM precisa de 39 mil milhões de Kwanzas para reintegrar mais de 100 mil pessoas

No âmbito do seu 24º aniversário, o Instituto de Reintegração Sócio- Profissional dos Ex-Militares (IRSEM), realizou, ontem, em Luanda, uma conferência de imprensa, sob o tema “Estado actual do Processo de Reintegração dos Ex-Militares, Licenciados ao Abrigo dos Acordos de Paz”. Segundo o Tenente General, Domingos André Tchikanha, director- geral do Instituto de Reintegração Sócio-Profissional dos Ex-Militares (IRSEM), que falava em conferência de imprensa sobre o estado actual do processo de reintegração, vão ser precisos 39 mil milhões de Kwanzas para efectivar este processo até 2022. O director-geral disse que 117 mil é o número de pessoas que o Instituto de Reintegração prevê reintegrar até 2022 em todo o país, e o único problema tem sido a questão financeira.

Das 117 mil pessoas que o instituto prevê reintegrar, 80 mil 537 são ex-militares, 13 mil deficientes de guerra e 24 mil são viúvas e órfãos. Salientou ainda que devido à questão financeira, no ano passado, conseguiram apenas reintegrar mil e quatro ex-militares num um universo de 11 mil. “O nosso programa do ano passado era para reintegrar cerca de 11 mil pessoas, entre ex-militares, deficientes e outros, mas por causa da crise financeira tivemos de baixar este número para mil e quatro. Infelizmente, até à data presente o cumprimento foi na ordem de 20 por cento”, disse. Apontou algumas províncias com maior número de ex-militares por reintegrar como a de Benguela, com 17 mil e 200, e da Huíla, com 12 mil, ao passo que a província do Zaire está com 49 efectivos (é a com menor número a reintegrar).

O nosso grande problema tem sido de financiamento

Domingos André Tchikanha disse que têm vários projectos em carteira, mas o grande problema tem sido o financiamento. “A disponibilidade financeira que nós recebemos do Ministério das Finanças não chega. Por exemplo, em 2018 não conseguimos atingir os objectivos traçados e apenas mil e quatro foram reentregados”, contou. Garantiu que não há registo de casos de fraude de ex-militares desmobilizados até ao momento, porque há um departamento que trata do assunto. Têm várias cooperativas a funcionar, como a agro-pecuária no Bié, a de pesca na Baia Farta, em Benguela e no Bocoio, bem como em outras províncias. Fez saber que no acto de desmobilização, o militar recebe 55 mil Kwanzas e uma guia, com a qual se dirige aos serviços provinciais do IRSEM para o seu registo.

Os reintegrados desenvolvem acções em várias áreas, como a da agricultura, pescas, carpintaria, alfaiataria e comércio informal, para a sua sobrevivência e das suas famílias. Aproveitou a ocasião, para apelar aos empresários e a todos os actores da sociedade a priorizarem os ex-militares, de forma a que sejam inseridos no mercado de trabalho. A conferência de imprensa marcou o início das actividades de comemoração do 24º aniversário do IRSEM, a assinalar-se a 14 de Abril. O Instituto de Reintegração Sócio-Profissional dos Ex- Militares (IRSEM) é o órgão do Estado que visa assegurar a implementação e desenvolvimento de uma Política de Apoio à Reintegração Social, Económica-Profissional dos Ex-Militares. O IRSEM controla os desmobilizados de guerra no âmbito dos acordos de paz de Bicesse (1991), protocolo do Luena (1992), Lusaka (1994) e Namibe (1996), num total de 241 mil.