Falta de matéria-prima volta a preocupar avicultores

Falta de matéria-prima volta a preocupar avicultores

A falta de matéria-prima continua preocupar a classe de avicultores em todo o país, que temem pela quebra na produção ou o encerramento de mais aviários, por falta de condições.

De acordo com o representante dos avicultores, Rui Santos, este ano, as moageiras também estão à procura de matéria-prima, concretamente o milho, que está cada vez mais difícil de ser adquirido, tendo em conta o plano do Governo de travar a importação do produto para dar prioridade à produção interna.

“A produção de milho interna não responde às necessidades dos avicultores e o consumo humano, daí a necessidade de importar a matéria-prima para manter estável a produção e o preço do ovo a nível nacional”, explica.

Segundo o responsável, é importante apostar na produção de milho em grande escala, e os produtores nacionais não respondem à procura do produto. Por falta de máquinas agrícolas, sementes ou mesmo sistemas de irrigação eficazes.

Para o empresário e também avicultor, a estratégia passa por as médias e grandes empresas aumentarem o armazenamento do produto, de modo a evitar a escassez.

Mais de 10 aviários encerrados

Rui Santos referiu que por falta de matéria-prima e desvalorização do kwanza, que implicam a subida dos preços, muitos aviários encontram-se com as portas encerradas e outros contraíram financiamentos e não conseguem reabrir as estruturas. “Mais de 20 aviários viram-se obrigados a fechar por falta de condições para manter a produção de ovos”, salientou.

No seu entender, disse ainda que o ovo deve ser consumido ainda fresco para manter a qualidade, por essa razão, no mês de Janeiro os avicultores viram-se obrigados a comercializar o cartão de ovos a 700 kwanzas pelo fraco poder de compra da população, o que constitui grandes perdas para os produtores. No que diz respeito à venda do produto, o representante dos avicultores avançou que os comerciantes têm tido maior lucro em relação aos produtores, pelo facto de adquirirem ovo e não terem dificuldades na aquisição da matéria-prima ou outra situação.

“Diferente dos produtores que enfrentam grandes barreiras, os comerciantes têm tido lucros na margem de 60% porque a sua única tarefa concentra-se na comercialização”, explica. Neste momento o quilo de milho está a ser comercializado ao preço de 125 kwanzas, valor considerado elevado para os avicultores.

Até 2016, a província de Luanda liderava a produção de ovos com 19 milhões 171 mil. As províncias do Cuanza-Sul, Benguela, Bié, Huíla e Huambo produzem um total de 16 milhões 352 mil 960, somando 36.507.232 em todo o país.

A capital do país contava com 20 aviários, o Cuanza-Sul com 12, Benguela 6, Bengo igualmente 6, Bié 3, Cuando Cubango 2, Lunda-Sul 2, Uíge, mesmo número encontra-se no CuanzaNorte, Moxico, Lubango, Namibe, Huambo, Zaire, Lunda-Norte todas com um aviário cada. As regiões que ainda não produzem ovos são, Cabinda, Cunene e Cuando Cubango.