“A taxa de desemprego em Angola de 2018-2019”

“A taxa de desemprego em Angola de 2018-2019”

Instituto Nacional de Estatística (INE) é o órgão do Governo, responsável pela recolha, análise e publicação das estatísticas sobre o emprego e a dinâmica do mercado de trabalho em Angola.

Com efeito, o INE tem apresentado nos últimos anos uma taxa de desemprego na ordem dos 20%, apuradas a partir do Inquérito Múltiplo sobre os Indicadores da Saúde que remontam até dados de 2016. E, em virtude da actual conjuntura económica, aliada às novas perspectivas sobre o país apresentadas no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN 2018-2022), havia a necessidade de se obter dados actuais sobre esta variável.

Assim, por intermédio dos Inquérito sobre Despesas, Receitas e Emprego (IDREA 2018/2019), realizados no período de Março de 2018 a Fevereiro de 2019, o INE numa amostra de 12.448 agregados familiares distribuídos pelas 18 províncias, estima a taxa de desemprego, emprego, actividade e inatividade, que caracterizaremos em seguida.

O INE define a taxa de desemprego como sendo o número de pessoa com idade compreendida entre os 15 ou mais anos de idade que, no período de referência (últimos 7 dias anteriores ao inquérito), se encontravam simultaneamente nas seguintes situações: I. Não tinha trabalho remunerado nem qualquer outro trabalho; II. Estava disponível para trabalhar, de forma remunerada ou não; III.

Tinha procurado activamente um trabalho remunerado, ou não, ao longo de um período específi co (no período de referência ou nas três semanas anteriores). Por conseguinte, à luz da metodologia aplicada, o (INE) publicou as estatísticas do emprego e desemprego, onde os resultados apontam para uma taxa de desemprego na ordem dos 28,8%, no período de Março de 2018 a Fevereiro de 2019.

O nível representa um agravamento de 8,8 p.p. face aos números disponíveis no Inquérito sobre indicadores múltiplos de Saúde (IIMS 2015/2016) publicados em 2018. Numa avaliação por categoria, do total da população desempregada, 26,6% são homens enquanto 30,9% são mulheres. Isto é, a taxa de desemprego é mais acentuada entre as mulheres. Contudo, a situação tende a ser mais desafiante entre os jovens, onde a taxa de desemprego apurada chega aos 62,4% na idade compreendida entre 15 e 24 anos, isto é, em cada 100 jovens com idade compreendida entre 15 e 24 anos, pelo menos 60 estão no desemprego.

Sendo que, a taxa maior encontra-se na idade compreendida entre os 18 e 19 anos. Por outro lado, a população economicamente activa (PEA) está estimada em 12.749.140 pessoas, sendo 6.104.537 homens e 6.644.603 mulheres. Assim, a população empregada foi estimada em 9.073.321 pessoas, sendo 4.479.008 homens e 4.594.313 mulheres.

Em termos de distribuição sectorial, a população empregada encontra- se, maioritariamente, no sector da “Agricultura, “Produção de Animal, Caça, Floresta e Pesca”, que empregam um número estimado em 4.148.682 de trabalhadores, equivalente a 45% da população total empregada, secundada pelo sector dos “Serviços” com uma taxa de 45,3% e o sector da “Indústria, Construção, Energia e Água” com 8,1%. Sendo que, 42% dos trabalhadores trabalham por conta própria, 19% em cooperativas, 18,7% em trabalho privado ou doméstico, 11,3% no sector públicos e 9,5% trabalho familiar sem remuneração. Neste mesmo estudo, sustenta o INE, a percentagem de pessoas economicamente activas, que se encontram vinculadas a uma actividade em actividades informais atinga os 72,6%.