Jovens “agastados” com políticas de acesso aos projectos habitacionais

Jovens “agastados” com políticas de acesso aos projectos habitacionais

Jovens de distintas faixas etárias manifestaram o seu descontentamento face as políticas governamentais de fomento habitacional e as modalidades de acesso para esta camada, maioritariamente desempregada.

Na conferência que visou prestar esclarecimentos sobre os projectos em cursos e aqueles que ainda estão apenas em careteira, os jovens aproveitaram para colocar as suas preocupações, com maior destaque para os preços praticados para o acesso, considerados ‘exorbitantes’ . Em resposta, o director nacional da Habitação, Adriano da Silva, reconheceu a existência deste problema, mas disse não existir interesse do Estado de descriminação, enquanto pessoa de bem.

“As casas foram construídas lamenpelo Estado para a população, sem discriminação, mas, para se evitar situações de injustiça, foram definidos regimes de acesso. O regime de venda livre, o de venda resolúvel, onde o cidadão se candidata e tem cerca de trinta anos para pagar a casa.

O valor mensal ronda entre os 35 e 40 mil kwanzas”, disse, tendo acrescentado existir o regime de renda, onde o cidadão chega a pagar muito menos de vinte mil kwanzas por mês. Em relação aos projectos em curso, adiantou a construção em todo o país, de 122 mil habitações, a serem colocadas à disposição da população. Sobre o Programa Nacional de Urbanismo e Habitação que visa a construção de 1 milhão de residências em todo o país, caberá ao Estado a construção de 122 mil habitações, 70 por cento das quais já estão erguidas.

“Estas habitações serão disponibilizadas na medida em que forem concluídas as suas infra-estruturas e forem arrecadados recursos financeiros para a conclusão das obras”, disse o dirigente. Por exemplo, em Luanda, na zona do Zango Zero e Zango Oito Mil, acrescentou, cinco mil habitações já foram entregues à função pública, estando prevista até ao final do ano a disponibilização de mais habitações.

Questionado sobre as quotas de trinta por cento disponibilizadas para a juventude nos projetos habitacionais do Estado, o responsável disse que por se tratar de um compromisso político, estabelecido pelo Executivo, cabe às instituições do Estado e às empresas públicas reservar os trinta por cento destas habitações para os jovens que trabalham nessas instituições.

Autoconstrução dirigida abrange 685 famílias Adriano da Silva esclareceu que o programa de autoconstrução dirigida e assistida pretende assegurar a disponibilização de lotes infra-estruturados e materiais de construção a preços acessíveis para beneficiar cerca de 685 mil famílias em zonas urbanas e rurais.

A ministra da Juventude e Desportos, Ana Paula do Sacramento, lembrou o compromisso do Executivo na aposta em projectos estruturantes visando a melhoria da qualidade de vida dos jovens.

A governante assegurou que o Executivo vai continuar a apostar na valorização dos jovens, através da sua inclusão na vida económica e social do país, que passa pela melhoria da qualidade de vida.

A conferência visou actualizar os jovens sobre as matérias ligadas às infra-estruturas habitacionais e ouvir opiniões e sugestões sobre a melhor forma de aquisição de espaços para a autoconstrução.