Fórum vai reunir 12 câmaras de comércio

Fórum vai reunir 12 câmaras de comércio

O presidente da Câmara de Comércio Angola/China avançou em exclusivo ao OPAÍS que 12 câmaras estão confirmadas para o fórum que Luanda acolhe no dia 30. O objecto, segundo Arnaldo de Sousa Calado, é incluir e facilitar a actividade dos empresários nacionais juntos das várias instituições do Estado, num evento para o qual são esperados 700 convidados. No entanto, o responsável associativo estima que o número pode ser maior. “Temos registado grande procura que faz antever que cheguemos aos 800 participantes ou mais”, vaticinou. No seu entender, o país não tem uma longa experiência de Câmaras de Comércio, facto que faz com que o papel delas seja desconhecido de muitos decisores.

Sendo assim, adianta, é preciso compreender-se melhor o papel destas organizações comerciais na economia. Com efeito, a organização vai contar com a prelecção do Presidente do Conselho de Administração do Banco Sol, Coutinho Nobre Miguel, representantes da Comissão de Mercados de Capitais, representantes de Espanha, do Brasil, dos Estados Unidos da América, e de outras instituições públicas e privadas. O também presidente da Câmara de Comércio Angola/China refere que o ambiente de negócios no país está mais desanuviado, uma vez que os empresários estrangeiros já conseguem repatriar dividendos. “Nos últimos três anos tivemos um problema com o repatriamento de capitais que agora começa a desaparecer. Estamos com uma satisfação na ordem de 30%. Já estivemos com 30% negativo”, vincou. Arnaldo de Sousa Calado realça o facto de os bancos aceitarem falar sobre o assunto repatriamento de capitais que, segundo ele, nem se permitia abordar. “Estava fora de questão”, afirmou.

Energia e água, o grande problema da indústria

Arnaldo de Sousa Calado reconhece os grandes investimentos que o Estado tem feito no sentido de melhorar o fornecimento de energia e água sobretudo ao sector industrial. Todavia, afirma que continua a ser o principal problema dos industriais do país. “Ainda estamos mal. A energia e água continuam a condicionar o avanço da indústria. Alguma coisa está a ser feita, mas há muito por fazer”, disse. Para ele, tal como o Estado está agora a abrir mãos das indústrias e outros sectores, devia também liberalizar os sectores de energia e água, no sentido de haver maior responsabilização por parte do fornecedor. “O Estado devia ficar apenas com os programas estruturantes, como é são os casos das construções das barragens e das grandes linhas de transporte”, sugeriu.

Escoamento de produtos precisa- se

Além do ainda débil fornecimento de energia e água, outro problema que enferma a indústria nacional é o escoamento dos bens dos centros de produção para os grandes centros de consumo. Segundo ele, até mesmo o que se produz no Kikuxi, município de Viana, tem dificuldades em chegar ao centro de Luanda. “Estas dificuldades consistem no transporte, no preço do produto e na concorrência com outros produtos que chegam de fora. Muitas vezes essa concorrência é desleal”, disse, acrescentando que é um problema que deve contar com a participação das Câmaras de Comércio e dos Ministério do Comércio e da Agricultura, departamentos que têm sido participativos na resolução de alguns problemas.