Definitivamente, a história do concurso internacional para a atribuição de licença ao quarto operador de telefonia móvel em Angola é um bolo cada vez mais impossível de ser tragado. Não dá. E cada remendo que se tenta só piora as coisas. O concurso correu francamente mal, o seu resultado foi desastroso para a imagem do país, mas há que corrigir, e uma correcção para este assunto exige, necessariamente, a assumpção de consequências políticas. O ministro Carvalho da Rocha não pode continuar no posto, muito menos tomar parte no próximo concurso, a não ser que o Presidente queira assumir o ónus e a responsabilidade última pelo que aconteceu. Então ele será o verdadeiro culpado. Quanto mais tempo o ministro permanecer no cargo mais as culpas se transferirão para o Titular do Poder Executivo. Não se trata de avaliar as competências técnicas do ministro, nem a sua fidelidade partidária ou o histórico do seu desempenho, qualidades que apenas se salvaguardam com a sua retirada, ainda que temporária, ainda que para assumir nova pasta. Não se trata de qualquer tipo de castigo, mas tão-somente da leitura simples de que, neste momento, a permanência do ministro não é boa para o Governo, não é boa para imagem de Angola, tal como se deve fazer os devidos ajustes nos níveis pelos quais passou o processo do concurso até ao triste momento da apresentação dos resultados, gente do Palácio incluída, tão simples quanto isto.
Quanto mais tempo, pior
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