PAT aconselha a vencer implicações da monodocência com formação e criatividade

PAT aconselha a vencer implicações da monodocência com formação e criatividade

O gestor do Projecto de Aprendizagem para Todos (PAT), Isaac Paxe, considerou que o problema não está na monodocência em si, mas nas condições criadas para esta extensão nesse nível de ensino que passou a ter a 5ª e a 6ª classe na sua grelha. “A monodocência sempre existiu no sistema, que eram quatro anos, da 1ª à 4ª classe, o que se fez depois é estender esse sistema para a sexta classe

. Daí que, quando nós falamos de ensino primário, hoje, é um professor que cobre até à 6ª Classe e nas questões que fomos identificando havia realidades em que a formação inicial do professor não era preparada para lidar com o primeiro nível”, explicou o gestor, tendo exemplificado casos de professores que se licenciaram em História e Geografia que actuavam neste nível.

O responsável da área que capacita os professores de subsídios metodológicos para o ensino contemporâneo referiu que havia até casos em que até o educador ainda não era técnico médio e actuava no ensino primário, então, esta é uma das razões que motivaram o PAT a fazer essa opção de incidência metodológica, porque o docente pode ser detentor do saber científico da disciplina, mas a perspectiva do ensino é que diferencia. Recorreu também, ao exemplo da Língua Portuguesa, que é um dos principais indicadores da avaliação dos estudantes, ao ponto de esclarecer os perfis de saída dos formandos das escolas pedagógicas.

“O que nós fazemos nas escolas de formação de professores, sobretudo no Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED), é preparar esses actores com metodologias para ensinar no I ou II Ciclo do ensino secundário. Raramente se prepara instrutores com metodologias para ensinar Língua portuguesa para o ensino primário”, reforçou o gestor do PAT, tendo acrescentado que, por esse motivo, a instituição que dirige tem incidência na facilitação dessas metodologias. Conforme a monodocência é discutida, segundo avançou o interlocutor de OPAÍS, nessa altura, o PAT tem, mais uma vez, como ganho a consciência de que é a especialização do professor em cada uma das disciplinas que ele ensina, particularmente nas respectivas metodológicas, que fazem toda diferença.

Recusada Educação física

Isaac Paxe e o seu ministério estão convictos de que se reclama, de forma geral, que os professores não estão preparados para ensinar a disciplina de Educação Física. Por isso, ponderou dizendo que no ensino primário não se ensina a cadeira como tal, mas se trabalham as questões performáticas. “O que nós temos, hoje, é um outro projecto que trabalha as expressões, porque o que nós chamamos de educação física, aí seria a expressão psicomotora da criança, podíamos colocar em causa a própria questão artística dos miúdos, explicou Isaac Paxe, sublinhando que é essa a perspectiva de trabalho que cria distinção no trabalho do professor, na sala de aulas. Questionado se se perde o padrão de Educação Física, como disciplina efectiva, que, antes da Reforma Educativa, era leccionada na 5ª e 6ª classes do então sistema vigente, o gestor do PAT, ponderou que até a passada também acabava por ser mais recreativa do que disciplina como tal.