Executivo quer retomar curso da economia parada em 2014

Executivo quer retomar curso da economia parada em 2014

O Executivo angolano tem a sua acção governativa focada na retoma da trajectória de crescimento económico do País, interrompida com a crise económica e financeira que eclodiu em 2014, afirmou o ministro de Estado para o Desenvolvimento Economico, Manuel Nunes Júnior.

O governante que presidiu esta quarta-feira a cerimónia de lançamento da Feira Alimentícia Angola 2019, que reúne 60 expositores, esclareceu que , para a retoma da trajectória do crescimento económico, o Executivo angolano teve que, em primeiro lugar, tratar dos “grandes desequilíbrios” internos e externos que prevaleceram até finais de 2017.
“ Referimo-nos aos grandes défices das contas internas e externas do País, a inflação galopante e desaceleração do mercado cambial”, precisou.
Apesar da situação ainda não estar completamente normalizada, Manuel Nunes Júnior disse estar-se a caminhar paulatinamente para a retoma da estabilidade macroeconómica, com efeitos positivos nas contas puúblicas e nas taxas de inflação do País.
“ Estamos em melhores condições agora para nos concentramos no aumento da produção nacional e do relançamento do sector produtivo”, afirmou o governante.
Para Manuel Júnior, só com o aumento da produção nacional Angola poderá aumentar os níveis de emprego e dos rendimentos dos cidadãos e das famílias angolanas.
Com o Programa de Apoio à Produção Nacional e Substituição de Importações e Promoção das Exportações (Prodesi), o Executivo aprovou o plano de acção para aumentar a competitividade da produção nacional, sobretudo para os produtos da cesta básica.
Apesar dos constrangimentos que ainda afectam a actividade empresarial no País e a indústria transformadora, em particular, o ministro disse verificar, com satisfação, em visitas de campos, que se continua a investir na indústria nacional.
A instalação de vários novos projectos industriais na área alimentar, desde indústrias mais ligeiras, como a de panificação e pastelaria, até investimentos mais estruturantes, como é o da produção de farinhas de diversos tipos, são entre outros, registos positivos verificados no País.
Angola já possui capacidade instalada de produção de fuba e trigo
Novas unidades industriais para a produção de fuba de milho e farinha de trigo serão, em breve, instaladas em várias regiões do País, no quadro da redução da importação destes produtos, num futuro muito próximo.
Apesar de Angola continuar ainda a importar fuba de milho e farinha de trigo, Manuel Nunes Júnior considera que o País já possui uma capacidade instalada de produção destes bens com alguma significância.
Para o efeito, acrescentou, esforços devem continuar a ser desenvolvidos para a produção de produtos como açúcar e os óleos alimentares, dado o peso que os mesmos têm nos níveis de importação do País.
Só em bebidas, Angola conta, actualmente, com cerca de 110 diferentes fabricantes , com destaque para cerveja, refrigerantes e água de mesa.
Trata-se de um domínio cuja produção já cobre uma parte significante do consumo do País e o mais importante de muitas destas produções são feitas sob rigorosos “standards” internacionais de qualidade, de acordo com Manuel Júnior.
Outras actividades industriais inseridas também nas bebidas, ainda de forma indirecta, é a produção de rótulos, embalagens de cartão, cápsulas metálicas, grades plásticas, películas e filtro e outros artigos destinados ao embalamento e transporte de produtos.
O Executivo angolano seleccionou 54 produtos da cesta básica e outros produtos prioritários em relação aos quais está a implementar medidas para que a produção nacional alcance níveis de auto-suficiência em relação ao consumo interno.