Actriz de Hollywood sugere greve de sexo contra leis anti-aborto

Actriz de Hollywood sugere greve de sexo contra leis anti-aborto

Alyssa Milano, actriz de Hollywood e figura destacada do movimento #MeToo, sugeriu uma greve de sexo contra a nova legislação anti-aborto em preparação no estado norteamericano da Geórgia. A lei, assinada já pelo governador Brain Kemp, republicano, limita às seis semanas de gestação o tempo máximo em que as mulheres podem abortar. Isto quando muitas mulheres só sabem que estão grávidas a partir das nove semanas.

A lei deverá entrar em vigor a 1 de Janeiro, mas espera-se que, até lá, seja contestada legalmente. Meia centena de actores e actrizes de Hollywood, bem como produtoras de filmes, subscreveram uma carta aberta, em Março, a ameaçar greve ao trabalho caso aquela lei antiaborto entre efectivamente em vigor na Geórgia.

Entre eles estão, além de Milano, actriz da série da Netflix Insatiable, Sean Penn, AlecBaldwin, Amy Schumer ou Christina Applegate. “Queremos permanecer na Geórgia. Mas não vamos fazê-lo de forma silenciosa.

Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para transferir a indústria para outro estado mais seguro para as mulheres se esta lei vier à luz do dia”, diz a referida carta, numa altura em que a indústria da televisão e do cinema emprega, na Geórgia, 92 mil pessoas. E em 2018 rendeu aos cofres do Estado 2,7 mil milhões de dólares.

“Os nossos direitos reprodutivos estão a ser apagados. Até que as mulheres tenham controlo sobre os seus corpos, não podemos simplesmente ter que arriscar uma gravidez.

Juntem-se a mim numa greve de sexo. Até que a autonomia sobre o nosso corpo seja devolvida. Convoco uma Greve de Sexo. Passem a palavra”, escreveu, no Twitter, Alyssa Milano.

Nos EUA há vários estados com polémicas à volta deste tema. No Mississipi uma lei semelhante proibindo o aborto para além das seis semanas, foi aprovada em Março e deverá entrar em vigor em Julho, mas já enfrenta contestação legal.

No Kentucky um juiz federal bloqueou uma medida idêntica que deveria entrar em vigor de imediato por considerar que a mesma poderia ser inconstitucional. No Ohio, em 2016, uma lei restrictiva, como esta, foi vetada pelo governador do Estado.-