Artistas sentam-se à mesma mesa para debater “Profissionalismo e Premiação no Teatro”

Artistas sentam-se à mesma mesa para debater “Profissionalismo e Premiação no Teatro”

A 22ª edição do projecto “Há Teatro no Camões” arranca hoje às 17 horas, no Auditório Pepetela, do Camões-Centro Cultural Português, (CCCP) em Luanda, com debates e exibições de peças teatrais. A actividade de carácter trimestral, com duração de dois dias, vai propiciar a realização de mesas redondas, onde serão abordadas a “Estratificação e Premiação no Teatro Angolano” e “Os Caminhos da Profissionalização do Teatro Angolano”, na apreciação dos estudantes  finalistas do Complexo das Escolas de Arte (CEARTE) e do Instituto Superior de Artes (ISART)”.

O primeiro tema terá como oradores Armando Rosa, Manuel Gonçalves, Pedro Kissanga, Fernando Caculo, Osvaldo Moreira e Inok Caracol. Já no segundo far-se-ão presentes estudantes finalistas do CEARTE e ISART. Trata-se de profissionais nesta arte, nomeadamente, Tony Frampénio, Fernando Quissola, Bruno Clemente, Silva Canganjo, Estefânia Yundina e José Luamba. Em conversa com este jornal, o coordenador da actividade, José Teixeira, realçou que os referidos temas estão relacionados com as preocupações da própria classe. “Hoje discute-se muito sobre quem é o profissional e quem é amador. Então, vamos ouvir desses profissionais a sua visão sobre a problemática”, explicou.

José Teixeira disse ainda que vão abordar questões relacionadas com o processo de votação nos vários concursos e eventos realizados no país, que dependem maioritariamente da votação pública. Para si, o processo deve ser feito por pessoas conhecedoras da matéria, que saibam realmente quem trabalha. “Os artistas não estão satisfeitos com esse processo, que define quem é o melhor grupo ou actor. No mundo do desporto, os jogadores é que escolhem o melhor. No teatro devia ser da mesma maneira”, observou.

Exibições

Além das mesas redondas, será realizada a exibição de duas peças teatrais. O grupo Twana Twangola vai apresentar a peça intitulada “A Plateia – A Maka do Teatro”, com autoria de Fernando Lira. É uma comédia, num único acto, que retrata os diversos problemas vividos pelos criadores de teatro em Angola. Uma paródia sobre o comportamento dos espectadores durante as exibições. A mesma mostra ainda as mais variadas facetas que caracterizam o público no teatro, bem como os actores no seu dia-a-dia.

Outra peça

O Colectivo de Artes Santa Isabel vai exibir a peça “Presente Futuro”, com direcção artística de Mpinze Conde Pedro, encenada por Mário Polega. A peça conta a estória de Júlia, que depois de ser violada por Walter, seu namorado há dois meses, separa-se e descobre que ele a engravidou. Nesta senda, questiona-se o que deverá ela fazer, criar o filho ou fazer um aborto. Na tentativa de abortar depara-se em sonho, com o seu futuro filho com quem tem uma longa conversa.

O evento

Para o coordenador do evento, o projecto “Há Teatro no Camões” tem contribuído positivamente para o fomento da arte, por ser um debate aberto e inclusivo. José Teixeira considerou o espaço como uma escola, um lugar pedagógico, onde o público tem aprendido em função de cada debate. “É também um espaço de crítica teatral. O público pode ainda contribuir para a melhoria das peças apresentadas”, realçou.