Falando em conferência de imprensa, explicou que esta empresa privada, detida por cidadãos americanos, tinha uma relação comercial com uma outra angolana, Ilico Comércio Geral e Prestaçao de Serviços, representada pelo general reformado das Forças Armadas Angolanas (FAA), António Francisco de Andrade. Falando em nome do Governo, disse o ministro da Justiça que, passado algum tempo, esta relação comercial entre as duas empresas correu mal, tendo a americana sido alegadamente prejudicada nos seus interesses num montante de 47 milhões de dólares norte-americanos.
Não tendo encontrando uma solução com a outra parte para recuperar o que terá alegadamente perdido neste negócio, segundo Francisco Queiroz, decidiu pressionar o Executivo angolano, por via de uma acção judicial instaurada nos Estados Unidos da América (EUA), para recuperar o dinheiro. “A mesma quer envolver o Estado angolano porque julga que é mais fácil extorquir dinheiro deste do que negociar com o seu parceiro privado angolano, ou mesmo intentar acções ou agir legalmente contra esta”, esclareceu.
Esta acção consubstancia-se em manchar o bom nome de Angola em instituições de prestígio como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), através de lobby e notícias juntos de actores políticos de relevo do Governo americano, explicou. Outro procedimento utilizado por esta empresa americana, a que chamou de “armadilha negocial”, é de promover encontros e os manipular em prol da sua causa. O objectivo da empresa americana, com base nas declarações do ministro, é o de tentar prejudicar o Governo angolano, colocando em risco os esforços que tem feito para a captação de financiamento privado estrangeiro. “O Estado angolano não pode ficar indiferente à pressão com contornos de chantagens perante a comunidade nacional e internacional”, denunciou Francisco Queiroz.
A parceria
As partes terão celebrado um contrato com outra empresa de construção, designada por BLOX Construções, S.A., para que fosse erguido um edifício que, após a sua conclusão, seria gerido pela construtora num período de dez anos, o que não se concretizou, pelo facto de a parte angolana se ter apossado do mesmo, logo após a sua construção. Neste processo, referiu, terá havido o uso de meios violentos e abuso de poder da parte de uma das filhas de António Andrade (no caso a procuradora Natacha Andrade), mas que agiu de modo pessoal e está a ser responsabilizada com a instauração de um processo disciplinar e outro de natureza criminal.