Panguila vai ter nova ponte

Panguila vai ter nova ponte

Um Despacho Presidencial datado de 14 de Maio e publicado na Quinta-feira, 16, na I Série do Diário da República, autoriza a execução das duas empreitadas sob pretexto de ultrapassar os constrangimentos observados recentemente “pelo facto de as duas pontes terem apresentado indícios de degradação acentuada, originando a suspensão temporária da circulação do tráfego automóvel, bem como de trabalhos de reforço das mesmas”. As duas empreitadas respondem à necessidade premente de melhoria da circulação rodoviária de forma segura na ligação entre a capital do país e a região Norte, Centro e Sul através da província do Bengo.

O PR refere no seu Despacho que se deve levar em conta a longevidade destas importantes estruturas, fundamentais para a ligação do país e para o desenvolvimento económico e social das populações, tornando-se necessário e imperioso a “substituição das referidas infra-estruturas por outras, que possam suportar em condições de segurança o tráfego de pessoas e bens”. João Lourenço autoriza a despesa e a abertura do Procedimento de Contratação Limitada por Prévia Qualificação para a execução das empreitadas e delega ao ministro da Construção e Obras Públicas competências para a verificação responda validade e legalidade de todos os actos subsequentes, no âmbito do procedimento até à formação e execução dos Contratos.

O ministério da Construção e Obras Públicas fica igualmente incumbido da abertura do procedimento, bem como da aprovação das peças; nomeação da Comissão de Avaliação e aprovação do relatório final; adjudicação das propostas e a celebração dos correspondentes contratos. Ao outro departamento governamental, o das Finanças, o PR autoriza e incumbe a proceder à inscrição do projecto no Programa de Investimento Público do Orçamento Geral do Estado do ano corrente, ao mesmo tempo que lhe é recomendado “assegurar a disponibilização de recursos financeiros necessários à execução dos contratos inerentes ao projecto”. Em Junho do ano passado a ponte em causa provocou grandes transtornos à circulação rodoviária entre as cidades de Luanda e Caxito, depois de terem sido detectados sinais claros de ruptura da infra-estrutura.

Para a minimizar a situação e repor a circulação, o Ministério da Construção e Obras Públicas teve de efectuar obras de reforço na ponte e ficou demonstrado na altura que se impunha a construção de nova infra-estrutura do género, dada a falência daquela e a mudança de realidade no tráfego que se incrementou e intensificou nos dias de hoje, ao contrário da época em que a ponte foi erguida. A ponte do Panguila, construída em betão, data de 1972 e tem cerca 100 metros de comprimento, dez de largura e duas faixas de rodagem. A ruptura de duas vigas transversais devido à circulação de veículos pesados acima das 40 toneladas provocou deformações , a o que condicionou a circulação rodoviária por um período de cerca de 30 dias para a realização de trabalhos de recuperação das infra-estruturas danificadas. Durante este período, a circulação era efectuada apenas numa faixa de rodagem Luanda-Caxito, enquanto o sentido inverso tinha sido provisoriamente desviado para uma via alternativa. Das cerca de nove mil pontes existentes em todo o território nacional, umas boas dezenas aparentam entrar em estado de falência estrutural muito por causa da inobservância dos limites de cargas suportadas e falta de manutenção, acompanhamento e monitoramento.