Académico refuta teoria da inexistência de civilização em África

Académico refuta teoria da inexistência de civilização em África

Segundo o académico, que intervinha numa palestra alusiva ao 25 de Maio, Dia de África, esta teoria tem sido defendida por certas correntes europeias por entenderem que o continente berço da humanidade precisa de ser civilizado para encontrar o rumo do desenvolvimento.

Frisou que o continente berço da humanidade não necessita de qualquer tipo de civilização vinda de outras regiões do mundo, por possuir desde sempre hábitos, costumes, crenças próprias.

Explicou que os autóctones africanos guiavam-se por filosofia própria denominada “animismo”, no período anterior à colonização, uma crença segundo a qual os objectos possuíam ânimo, existia um deus do sol e que as montanhas, os mares, as árvores e os rios tinham vida e deviam ser respeitados.

“A Europa não veio ensinarnos a fé. Nós fomos feitos de fé e sempre a conservamos”, reforçou, para quem a cultura e os conhecimentos africanos foram quebrados e substituídos por ideologias exógenas, com a colonização.

No seu entender, o africano perdeu o que de melhor tinha do seu conhecimento e, em contrapartida, nada assimilou dos colonizadores, tendo afirmado ser este facto que gerou problemas e resultou no sub-desenvolvimento do continente africano.

De acordo com o académico, a história de África ainda é um projecto apresentado em várias versões, por isso os investigadores têm de procurar contar os factos reais dos antepassados do continente berço da humanidade.

A palestra foi dirigida a estudantes e docentes da Escola Superior Politécnica do Zaire, em Mbanza Kongo. No evento foram abordados dois temas, nomeadamente “Cheik Anta-Diop, o último faraó e reapropriação da história de África” e “O pensamento filosófico de Joseph Kizerbo na autenticidade Africana”.

A Escola Superior Politécnica do Zaire funciona desde 2010 e lecciona os cursos de Pedagogia e Gestão Empresarial.