“Nguami Maka” marca primeira edição do programa ‘Menha Ndungu’ da Rádio Mais

“Nguami Maka” marca primeira edição do programa ‘Menha Ndungu’ da Rádio Mais

O grupo folclórico Nguami Maka levantou questões “pertinentes” sobre a música e os grupos angolanos do género, além de brindar o público ouvinte com sonoridades ao vivo, num programa pela primeira vez organizado pela Rádio Mais.

Pela voz do apresentador Hilário João, a referida estação emissora estreou ontem, Sábado, das 8 às 10 horas, o programa “Menha Ndungu”, cujo objectivo é a promoção da Música Popular Urbana e a sua relação com o presente.

Nesta primeira edição do programa, o grupo de música folclórica convidado fez viajar no tempo os radio-ouvintes com interpretações das grandes sonoridades do grupo Kituxi e Seus Acompanhantes, com compromisso de ir ao ar todos os Sábados.

Neste Sábado de “Menha Ndungu” ainda houve debates acalorados sobre os dilemas da música folclórica angolana, olhando para vertente da maneira como os grupos estão organizados e o que se deve fazer para preencher as lacunas feitas pelo tempo. Nguami Maka classifica pessimamente os grupos que têm surgido, em relação à essência da música angolana, e há toda a necessidade, de acordo com os convidados, de um reencontro entre os grupos folclóricos, de modo a corrigir alguns erros e trocar algumas experiências.

“Por que decidimos nesta estreia abrirmos com o folclore?, questionou Hilário João, apresentador do programa, adiantando que a música folclórica angolana começou exactamente neste estilo. “Falo, por exemplo, do Ngola Ritmos, que começou da mesma forma.

Instrumentos rudimentares e depois introduziram instrumentos convencionais, como a guitarra, que tocava Liceu Vieira Dias”, explicou.

Hilário João disse gostar da experiência de ter apresentado o programa e avançou ter escolhido Nguami Maka pelo facto de ser um grupo e ter bebido a experiência do Kituxi, um grupo antigo de música folclórica.

“O Grupo convidado canta e interpreta bem as músicas do passado. Vamos fazer muitas interpretações ao vivo, vamos contar histórias, vamos falar do passado da nossa música e vamos tentar fazer essa recolha e divulgação da música do passado”, afirmou.

O programa também homenageou Liceu Viera Dias, cujo centenário assinalou-se recentemente com uma conferência internacional.

No que se refere à audiência, Hilário disse ser plausível, uma vez que corresponderam às expectativas e interagiram através de ligações, com o pessoal do programa. “O público recebeu- nos positivamente. Foi a primeira edição do nosso programa. Anotámos também algumas sugestões e vamos, de qualquer forma, aprimorando”, acrescentou.

Na próxima edição vamos arriscar convidar uma banda, mas ainda não podemos avançar qual será a banda. Teremos música ao vivo e os kitutes que vão temperar aquilo que é esse programa “Menha Ndungu”. Jorge Malumba, coordenador do grupo Nguami Maka, disse sentir- se satisfeito pelo seu grupo abrir o programa. “É sempre bom fazer parte do baptismo de um programa radiofónico, sobretudo com dimensão 100 por cento cultural, que vai falar de tudo da nossa música, das histórias. Isso para nós é uma honra e estamos muito agradecidos”, reconheceu.

No fim do programa, a produção e os convidados degustaram o prato “Menha Ndungu”, acompanhado de batata-doce, banana-pão, mandioca e bombó frito.