Bolton disse que a abordagem “prudente e responsável” dos EUA, que reforçaram a sua presença militar na região, deixou claro ao Irão e seus representantes que tais acções estão sujeitas a uma reacção norteamericana “muito forte”. O auxiliar do Presidente Donald Trump conversou com repórteres em Abu Dhabi antes das cimeiras de emergência de líderes árabes que se reunirão na Arábia Saudita na Quinta-feira (hoje), após serem chamados para debater as implicações dos ataques aos navios e os ataques de drones a unidades de produção de petróleo do reino dois dias mais tarde.
Os Emiratos ainda não culparam ninguém pela sabotagem das quatro embarcações, incluindo dois navios- tanque sauditas, perto do emirato de Fujairah, um grande pólo de abastecimento de navios nas proximidades do Estreito de Hormuz. A Arábia Saudita acusou o Irão de ordenar os ataques de drones, que foram reivindicados pelo houthis, aliados do Irão que estão a combater uma coligação liderada pelos sauditas no Iémen, num conflito que dura há quatro anos e é visto como uma guerra indirecta entre a Arábia Saudita e o Irão. O Irão negou envolvimento nos dois ataques “Acho que está claro que estes (ataque aos navios-tanque) foram minas navais quase certamente do Irão”, disse Bolton. “Não há dúvida na mente de ninguém em Washington de quem é responsável por isto, e acho que é importante que a liderança do Irão saiba que nós sabemos”.
O Irão não respondeu de imediato aos comentários de Bolton, que não ofereceu provas em apoio à sua afirmação.
O funcionário dos EUA não quis comentar os detalhes de uma investigação aos ataques em que EUA, França, Noruega e Arábia Saudita participam, mas disse que os países e os proprietários dos navios podem fazê-lo. Uma barcaça dos Emiratos e um navio-tanque de derivados de petróleo registado na Noruega também foram atingidos. A França tem uma base naval em Abu Dabi. Bolton disse que os ataques aos navios-tanque estão relacionados com o ataque às estações de bombeamento de petróleo do oleoduto Leste-Oeste saudita e um ataque de foguete contra a Zona Verde da capital iraquiana, Bagdad. As tensões entre o Irão e os EUA aumentaram desde que Washington enviou um grupo de porta-aviões e bombardeiros e anunciou planos para enviar 1.500 soldados ao Médio Oriente, provocando temores de um conflito.
Rouhani sugere que conversações com EUA serão possíveis se as sanções forem levantadas
O Presidente iraniano, Hassan rouhani, sinalizou na Quarta-feira que conversas com os Estados Unidos poderiam ser possíveis se Washington levantasse sanções, dias após o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter dito que um acordo com Teerão sobre o seu programa nuclear é concebível. Washington retirou-se no ano passado de um acordo nuclear internacional de 2015 com Teerão, e está a aumentar as sanções nos esforços para bloquear a economia do Irão ao encerrar as suas vendas internacionais de petróleo bruto. Trump disse na Segunda-feira: “Eu realmente acredito que o Irão gostaria de fazer um acordo, e acho que isso é muito inteligente da parte deles e que é uma possibilidade que pode acontecer.”
rouhani disse em comentários feitos pela televisão estatal: “Sempre que eles levantam as sanções injustas, cumprem os seus compromissos e regressam à mesa de negociações que eles próprios deixaram, a porta não está fechada”. “Mas o nosso povo julga-te pelas suas acções, não pelas suas palavras.” o porta-voz do Ministério das relações Exteriores do Irão, Abbas Mousavi, disse na Terça-feira que o Irão não vê perspectivas de negociações com os Estados Unidos. As tensões aumentaram entre o Irão e os Estados Unidos desde que Washington mobilizou recursos militares, incluindo um grupo de ataque de porta- aviões e bombardeiros, e anunciou planos para desdobrar 1.500 soldados para o Médio oriente, provocando temores de um conflito.