FIB 2019 arrancou ontem com elevado número de bancos participantes

FIB 2019 arrancou ontem com elevado número de bancos participantes

A marca FIB, Feira Internacional de Benguela, já dispensa apresentações. Sendo uma iniciativa privada com 9 anos de actuação, em Maio, o destino empresarial é Benguela, ou, pelo menos, costumava ser, antes da crise. Nos últimos três anos, evidenciou- se uma baixa considerável no número de adesões de empresas expositoras. Apesar disso, ontem, na inauguração da 9ª edição da FIB, o que surpreendeu foi o elevado número de bancos aderentes. Se, por um lado, é uma feira multi- sectorial, onde se esperam diversos ramos e segmentos de actores do mercado económico nacional, por outro, um dos grandes actuantes, as entidades financeiras, não costumam comparecer com significância.

Assim, para o empresariado que há muito procura por uma vaga para negociar com a banca, pode dar a sua busca por terminada porque, neste ano, marcaram presença muitos dos principais operadores bancários de Angola. Logo, são quatro dias para estabelecer contactos com, pelo menos, o Banco Millennium Atlantico, BFA, BPC, BAI, BCI, BIC, Banco Sol, BNI, e Banco Económico, encontrados no Estádio Nacional de Ombaka até 1 de Junho.

Mais bancos vs. menos empresas produtoras

No mercado económico angolano, o sector empresarial produtor é o que mais recorre ao suporte bancário para financiamentos, impulsionando os seus empreendimentos. Portanto, é curioso haver muitos bancos na feira, face a poucas empresas produtoras. O consultor económico José Bucassa é da opinião que, “objectivamente, a feira é uma plataforma, que liga potenciais prestadores de serviço a potenciais clientes”, visando, “criar negócios” e, os seus resultados devem ser mensurados.

Não esquecendo os movimentos económicos adjacentes que a FIB gera, como maior fluxo hoteleiro na hospedagem, os mercados dos comes e bebes e outros, é essencial que negócios empresariais surjam, de facto, fruto da feira. A seu ver, as oito edições anteriores têm de servir como argumento para as sessões vindouras, com a recolha, tratamento e divulgação da informação estatística inerente ao “volume de negócio” incrementado em cada expositor participante. Deste modo, vê com bons olhos a presença massiva da banca nesta 9ª edição porque, não só é um indicador de que os bancos desejam estar mais próximos dos clientes, como que pretendem comunicar-se melhor.

Quais os benefícios concretos da FIB para os expositores?

Enquanto especialista em questões económicas, José Bucassa crê que é fundamental que haja um acompanhamento junto dos expositores de cada ano, um estudo que avalie o impacto positivo que a FIB gerou a cada um. E, os dados, que revelarão quantos participantes celebraram efectivamente negócios com clientes que conheceram na feira, ou estabeleceram parcerias com outras empresas expositoras, ou mesmo com instituições bancárias, serão um indicador para atrair futuros participantes. Por isso, Bucassa enunciou que, nos primeiros anos, a FIB foi sempre vista como um sucesso em termos de adesão em massa, quiçá pelo factor “novidade” que constituiu, que levou muitas empresas a inscrever- se.

Porém, em tempos de crise, é fulcral que quem está presente veja a repercussão positiva dos custos que tem com aluguer do stand, viagens, acomodação e outros aspectos logísticos, materializados em acordos lucrativos conseguidos. Em duas perspectivas, depreende que, a tendência decrescente nas bancadas empresariais nesta plataforma de transacções económicas, poderá ter a ver com a crise, ou os expositores “não têm visto vantagens na sua participação”. A Eventos Arena, criadora do projecto, a cada ano tem um novo desafio e, à partida, o de 2019 poder- se-á dar como superado pois, houve o factor “inovação”, com a agregação dos criadores de gado.