Instituições sanitárias devem investir em estratégias para prevenção das infecções hospitalares

O evento ocorreu sob o lema “Biossegurança – um dos grandes desafios da saúde no século XXI”, já que as infecções associadas aos cuidados de saúde (IACS) constituem um dos maiores problemas da sociedade, com impacto na morbilidade, mortalidade, consumo de recursos e na sustentabilidade dos serviços de saúde.

O uso racional de antimicrobianos reduz o surgimento de microorganismos multirresistentes e, consequentemente, a mortalidade. A biossegurança compreende um conjunto de normas e medidas que visam a protecção dos profissionais da saúde e dos utentes. Isto porque cabe ao gestor da unidade sanitária a responsabilidade da adopção e implementação de programas estratégicos para o controlo das infecções hospitalares, com precauções básicas como a lavagem e higienização das mãos, que devem ser consideradas “obrigatórias” na prestação de cuidados de saúde.

De acordo com os participantes, não é possível eliminar completamente as IACS, mas sim aprimorar a vigilância epidemiológica, cumprir as normas de prevenção, controlo e diagnóstico precocemente, num esforço conjunto de clínicos e técnicos de laboratório.

O laboratório tem um papel fundamental na identificação dos agentes infecciosos e a respectiva sensibilidade aos antimicrobianos; os gestores devem também reforçar as comissões multidisciplinares em todas as unidades de saúde, aplicando as normas internacionais, formando os profissionais para a redução das taxas de IACS e aumento da qualidade na assistência médica.

Desenvolver estudos periódicos para o conhecimento da realidade da infecção hospitalar e delinear medidas preventivas, e, por fim, organizar programas de controlo das IACS e do uso de antimicrobianos devem ser prioridades.

O simpósio de biossegurança e controlo das infecções hospitalares teve como objectivo promover uma ampla reflexão no seio dos profissionais, académicos e discentes da área da saúde e sociedade civil.

A sessão de abertura foi presidida pelo secretário de Estado da Saúde para a área Hospitalar, Leonardo Europeu Inocêncio, em representação da ministra da Saúde, Sílvia Paula Valentim Lutucuta, ladeado pelo reitor da UPRA, Carlos Alberto Pinto de Sousa, pelo presidente do Conselho de Administração do CREA – entidade promotora da UPRA, Manuel João Fonseca, e pelo reitor do Centro Universitário de Saúde ABC-FMABC (Faculdade de Medicina do ABC Paulista – São Paulo – Brasil), David Everson Uip e Filipe Froes.