Maternidade Irene Neto regista mais 400 casos de gravidez precoce

Maternidade Irene Neto regista mais 400 casos de gravidez precoce

Esta informação foi prestada neste Domingo à Angop pela chefe de enfermagem dessa unidade hospitalar, Fátima Afonso. A responsável disse que o número de gestantes em idades precoce tende a crescer devido à pouca cultura de diálogo entre pais e filhos sobre a sexualidade e os riscos na vida futura da menina e da própria sociedade. Lamentou o facto de muitas adolescentes serem obrigadas a interromper os estudos para cuidar dos filhos e às vezes sem apoio dos parceiros. Para além desses embaraços, a responsável apontou como principal risco da gravidez na adolescência a sujeição a cesariana, que acarreta consigo outras consequências.

“O pior risco que a adolescente pode correr é a bacia não ser compatível para suportar o feto, até porque ela ainda não cresceu e não está preparada para ter filhos, pelo que não podemos forçá-las a ter um parto normal, sobretudo quando a pelve é estreita”, explicou. Para contrapor à situação, referiu que a maternidade criou um convénio com o Ministério da Saúde e algumas instituições de ensino para levar a cabo um ciclo de palestras nas escolas e instituições similares, publicando os riscos que a adolescente corre ao engravidar. Fátima Afonso mostrou-se insatisfeita com o fraco interesse de directores de escolas em aderir a essa campanha, sendo que até ao momento apenas três instituições aceitaram trabalhar no programa de redução de casos gravidez precoce, com campanhas de sensibilização periódicas.

Fez saber que a maternidade Irene Neto conta com um gabinete de apoio às adolescentes que atende por semana, mais de 150 jovens, prestando ajuda psicológica a gestantes e não gestantes, a fim de ter mais informações sobre como proceder durante este período da vida, bem como evitar eventuais constrangimentos. O gabinete conta com profissionais capacitados para atender a demanda, psicólogos e obstetras que acompanham as adolescentes durante o período gestante até ao pós-parto, em que estas e os seus familiares são encaminhados a uma “terapia familiar” sob tutela da maternidade.