OPSA no Uíge defende devida inserção dos psicólogos escolares

OPSA no Uíge defende devida inserção dos psicólogos escolares

O representante da Ordem dos Psicólogos de Angola (OPsA) da Região Norte, Custódio Faria, defendeu ontem a necessidade de se enquadrar os psicólogos escolares nas equipas directivas das escolas, uma vez que estes peritos devem participar na elaboração dos planos orientadores dos estabelecimentos de ensino. “Esses técnicos estão a ser subaproveitados, dando aulas sobretudo no ensino primário e secundário, quando deviam ser eles a apoiar as direcções de escolas a lavrarem os documentos orientadores da vida da instituição.

De acordo com Custódio Faria, a inclinação dos mandatários do ensino tende a precisar do apoio dos psicólogos escolares apenas para a resolução de conflitos discente/docente e os que às dificuldades de aprendizagem dizem respeito, mas, infelizmente não é assim, conforme fez questão de referir o académico, já na perspectiva das consequências. Detalhando, esclareceu que se devia evitar que esse técnico fosse chamado somente para resolver problemas, algumas vezes, inocentemente causados pela própria direcção da escola. Para dar sustentabilidade ao que acabava de defender, aludiu a certos problemas visíveis diariamente no cenário lectivo, tendo mencionado o posicionamento incorrecto por parte de alguns professores, a chegada tardia dos mesmos e a avaliação imparcial dos alunos, uma situação que incide directa ou indirectamente no comportamento da criança, ao ponto de a inibir ou desinibir desenfreadamente.

Recordou que a Ordem dos Psicólogos de Angola já tem um acordo com o órgão reitor do ensino para corrigir o padrão de inserção dos psicólogos escolares, mas o facto de o Ministério da Justiça, até à data desta entrevista, não ter concluído a questão da legalização da OPsA, dificultava o uso de certas autoridades e competência da referida classe. Ao representante da Região Norte, que engloba as províncias de Malanje, Cuanza-Norte e Uíge, agrada a gentileza que o Ministério do Ensino Superior teve, recentemente, ao proceder à autorização da criação de um curso de Mestrado no Instituto de Ciências da Educação das “Terras do Bago Vermelho”.

“Porque, com esta política de formação, a região vai formando quadros com a categoria de mestres e poderá contribuir melhor para a tão almejada qualidade do ensino”, referiu Custódio Faria, tendo desabafado que a ordem só não fazia mais do que isso porque a organização académica encontra muitos entraves quando decidia resolver algum problema ou fenómeno social. Só para dar um exemplo concreto, citou a incessante luta que o seu bastonário e eles estão a fazer no que toca ao perigo da proliferação de seitas religiosas, adiantando que, pelo facto de a área do Ministério da Cultura que subtende o assunto e a sociedade em geral terem dado ouvido aos psicólogos, a recente decisão tomada por este órgão do Estado começa a deixar a sociedade angolana cada vez mais tranquila.

Futuros mestres no ISCED local

O curso de mestrado em Psicologia Escolar albergava 30 estudante, mas neste ano lectivo a turma perdeu quatro licenciados, por desistência, uma situação que abala o representante da OPsA na região, mais ainda porque dois dos desistentes são mesmo da província do Uíge, soube O PAÍS de Custódio Faria, para quem os problemas familiares normalmente são os que mais afligem os académicos. “Importa referir que, apesar de a Região Norte integrar apenas três províncias de Angola, o ISCED do Uíge, recebe, com maior frequência, candidaturas de estudantes provindos do Bié, Huambo, Bengo, Zaire e Cabinda, bem como alguns cidadãos da República Democrática do Congo (RDC). O curso de mestrado no referido Instituto de Ciências da Educação tem a duração de dois anos. As inscrições para candidaturas às vagas disponíveis (60) costumam a ser feitas de forma antecipada para facilitar o cumprimento de todas as fases do processo de admissão.