O Comité Central do MPLA foi alargado, entraram mais cento e tal membros, muitas mulheres e muitos jovens. Digamos que ficam numa zona de treino para depois ascenderem à estrutura máxima da direcção do partido. Até aqui tudo bem, era sabido, anunciado e esperado. Estou a referir- me ao congresso extraordinário deste Sábado, claro. Tudo bem nada, se calhar para os militantes esteja, porque da lista dos que entraram, para mim, já o tinha dito, alguns não me parecem grande espingarda. Depois, mais tarde, já noite, não é que se ficou a saber que o Bureau Político também tinha crescido? E com jovens algo inexperientes, alguns? O MPLA fez um haraquíri político, pensei eu quando olhei pela primeira vez para a lista dos setenta e dois da estrutura, mas talvez porque os olhos tinham procurado mais as novas entradas e não se tinham focado nos chamados pesos pesados. Cheguei mesmo a pensar que a Oposição poderia começar a ajeitar o guardanapo no peito para o festim. Um segundo olhar, no entanto, permitiu-me vislumbrar alguma reserva em termos de pessoas com suficiente peso político nacional e experiência para liderar o partido, secundar João Lourenço ou mesmo substituí-lo se as circunstâncias o impuserem: Bornito de Sousa, Pitra Neto, Fernando Dias dos Santos “Nandó”, Jorge Dombolo, Carlos Feijó, Luísa Damião,Manuel Nunes Júnior… Júlio Bessa. Mais do que uma mão-cheia, ufa! É que para quem está de fora estes sinais contam muito, trata-se do partido que governa. Os outros, os novos, têm a oportunidade do estágio, o que não significa que todos vinguem.
Sala de treino
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