Lourenço amigo

Lourenço amigo

Pára! Não estou a bajular coisíssima nenhuma. O título da matéria quer apenas reconhecer a atenção que João Lourenço está a prestar aos jornalistas angolanos, neste caso, pela felicitação que fez questão de endereçar particularmente a Luísa Rogério, que se fez eleger membro da Comissão Executiva da Federação Internacional de Jornalistas, no Congresso realizado em Túnis, capital da Tunísia – cuja selecção de futebol esperemos que perca hoje com Angola – e que, de seguida, Lourenço envie mais uma mensagem a felicitar os Palancas Negras. Ok, não é apenas por isso, é também por o Presidente mostrar-se atento às pessoas. A mensagem é para uma pessoa em particular, não para um organismo ou selecção, como tem sido hábito. Ok. outra vez, também por ter prestado atenção ao percurso de uma jornalista angolana. Não é apenas por isso que este artigo tem o título que tem, é porque o gesto presidencial surgiu a seguir a uma semana em que eu comecei a suspeitar que os jornalistas angolanos se transformariam nos revús de João Lourenço. Na semana passada o Presidente foi algo “fustigado” por críticas de membros da classe. Ora, com esta mensagem, ele vem dizer, penso eu, que percebe o papel importante dos jornalistas na construção da democracia, que não amua com as suas críticas, e que vê na liberdade de expressão um apoio importante para a sua governação. Neste país em que o jornalista se habituou a receber recados para se conter, é bom ter no Chefe de Estado um amigo e aliado, até porque Rogério não foi eleita num concurso de beleza para vir oferecer a coroa ao Presidente, mas reforçou o seu poder de fogo que vai usar, certamente, quando os interesses da classe forem postos em causa em Angola. Mas, com este gesto, espero que nem venha a ser necessário.