Chivukuvuku manifesta cepticismo em relação ao PIIM

POR: Constantino Eduardo, em Benguela

Em declarações à imprensa, numa das unidades hoteleiras de Benguela, o antigo candidato a Presidente da República assevera que, à semelhança deste plano, lançado na presença dos administradores dos 164 municípios, já houve muitos outros programas e planos cujos fitos passavam pela resolução dos problemas dos cidadãos que, infelizmente, não surtiram os efeitos desejados. Contrariamente ao que se esperava, os aludidos planos terão piorado cada vez a vida do cidadão, porquanto os governantes, segundo a fonte, conceberam que “serviço público é servir- se a si próprio”, acusando-os de não se dedicarem para deixar um bom legado.

Chivukuvuku manifesta-se apreensivo por, alegadamente, o Governo ter recuperado coisa antiga e não se ter dado ao trabalho de inovar, mas esperançado em que o PIIM não seja apenas mais um, mas que cumpra rigorosamente o objectivo para o qual foi concebido pelo Executivo de João Lourenço. “No passado, já houve alocação directa de verbas para os municípios e, pelo contrário, só contribuiu para mais roubalheira. O mais importante não é alocar verbas, é ter visão sobre que Angola queremos construir e, em função disso, estruturarmos programas consentâneos”, considera.

De acordo com Chivukuvuku, que está em Benguela à procura de assinaturas para a formação do seu novo projecto político, é imperioso que se reveja a Constituição, de modo a se evitar aquilo a que chama de excessiva centralização e, deste modo, mudar a natureza do actual sistema político. “Tudo fica em Luanda. Eu costumo dizer que os nossos cidadãos que estão em municípios mais distantes são heróis”, disse, para quem, além da excessiva centralização do Estado, há, evidentemente, a concentração de poderes, o que, do seu ponto de vista, não é positivo para a população.

Degradação da vida das populações

Sempre crítico, o político, destituído da CASA-CE, organização que ajudou a fundar em 2012, afirma que, nos últimos três anos, a vida da população piorou. A classe média, sustenta, é uma “espécie em extinção” em Angola, devido a três factores combinados, designadamente a desvalorização da moeda, a subida do custo de vida, congelamento dos salários (que perderam o poder de compra) “e tudo isso fez com que as pessoas, de facto, tivessem uma vida mais degradada”.