Praga devasta mais de 200 hectares de tomate na Baía-Farta

Praga devasta mais de 200 hectares de tomate na Baía-Farta

A produção de tomate na Baía Farta está em risco. O facto está a preocupar 61 camponeses na referida localidade que falam em investimento perdido e, por essa razão, apelam ao apoio do Governo, de modo a não se comprometer o que se delineou, em termos de resultados, para a presente campanha agrícola, uma vez que as projecções do Executivo apontavam para a duplicação da produção. O Gabinete Provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas de Benguela projectou, para a campanha agrícola 2018/2019, uma colheita de 756 mil e 426 toneladas de produtos diversos, ultrapassando os 321 mil 744 toneladas de 2017/2018, segundo avançara o responsável do pelouro, José Gomes da Silva.

Só este ano, segundo os camponeses afectados, a praga destruiu mais de 200 hectares de plantação de tomate, constituindo, deste modo, um dos principais entraves na presente campanha agrícola. O responsável da Associação dos Camponeses da Equimina, Angelino João, de quem veio o grito de socorro, lamenta a falta de recursos financeiros dos seus associados para a compra de fertilizantes, para combater a peste. “Produzíamos tomate e outros, e, neste momento, já não estamos a fazer, porque não temos medicamentos que podem combater esta doença”, disse em entrevista colectiva.

Além da já identificada peste que devasta a produção, o agricultor queixa-se, igualmente, da falta de meios de trabalho e diz que os acessos estarão a condicionar o escoamento de produtos do campo para a cidade.“Não temos tractores, charruas, não temos carro para escoar os produtos. Também não temos sementeiras adequadas para produzir os campos”, disse, aguardando que o Ministério da Agricultura e Florestas cumpra a promessa de apoio que fez. “Pronto, estamos a pedir. O Governo nos prometeu, vamos lá ver se nos ajudam”, refere.

Seguro agrícola precisa-se

Por outro lado, o responsável defende a criação do seguro agrícola, para salvaguardar os investimentos que os homens do campo fazem. O seguro agrícola dar-lhes-ía uma grande ajuda, evitando a perda de investimentos devido à pragas que sistematicamente os assola, como ocorre actualmente. “Num caso como este, o seguro agrícola poderia ajudar-nos. Se estivéssemos segurado não teríamos grandes prejuizos”, considera Angelino João. A UNACA (União Nacional dos Camponeses de Angola), abordada por este jornal, não quis pronunciar- se sobre o assunto.