Advogada elevação do Sona a Património Mundial

Advogada elevação do Sona a Património Mundial

O director-geral da Escola Superior Pedagógica (ESP) da Lunda-Norte, Jorge Velozo, defendeu, nesta Segunda-feira, a necessidade de se valorizar mais e elevar o ‘’Sona’’, símbolo cultura tchokwe, a património mundial, tendo em conta a sua importância da comunicação do povo desta região. Sona, que significa escrita na areia, era uma forma de comunicação dos ancestrais desta região do país, que escreviam mensagens por gravuras em paredes de casas, árvores e no chão (areia) nas aldeias para serem decifradas pelos demais membros da comunidade.

Estas gravuras (sona) de difícil decifração encontram-se actualmente no Museu Dundo e num livro que retrata a cultura bantu e já foi retratada numa longa-metragem “Os deuses da água”, numa co-produção entre Argentina e Angola, em 2013. Actualmente, existem mais de 10 obras científicas publicadas em várias partes do mundo a retratarem o sona e nenhuma em Angola. Pesquisas feitas recentemente, indicam apenas a existência, na altura da gravação da longa-metragem, de um ancião, funcionário do Museu do Dundo, que ainda praticava o sona e que foi um dos actores locais do filme.

Para incentivar tal facto, a Escola Superior Pedagógica da Lunda-Norte –ESPLN- realiza nos dias 3 e 4 de Julho uma conferência internacional sobre Educação Matemática em Angola, com os Sona no centro da abordagem. Sob o lema “Por um Ensino de Matemática Inclusivo e de Qualidade, Resgatemos a Etnomatemática dos Povos de Angola”, o evento vai juntar investigadores nacionais e estrangeiros de nacionalidades portuguesa, moçambicana, brasileira, sul-africana e norte americana. A conferência será destinada aos estudantes, professores, investigadores, gestores e interessados.