A incessante batalha de um jovem empreendedor

A incessante batalha de um jovem empreendedor

A oportunidade dada a jovens que querem exibir os seus talentos é ainda um problema em Angola. Uns, acanhados e um pouco reprimidos, vêem os seus sonhos irrealizáveis. Outros, com espírito lutador e corajosos, constroem muralhas de anseios, que repercutem benefícios para a vida de outros jovens. Referimo-nos a Sandro Feijó, o jovem escritor, poeta e ensaísta que, aos 23 anos, apercebendo-se da falta de editoras que edificassem o sonho de jovens escritores como ele, decidiu criar a sua própria, em homenagem ao município que o viu crescer, Viana.

O empreendimento, segundo Sandro Feijó, foi criado com um capital de 20 mil kwanzas, que permitiram a edição, em 2013, do primeiro livro de Luís Cândido, com o título “História da Vida”. De lá para cá, Sandro Feijó não parou e passou a impulsionar outros jovens para o mercado. O jovem empreendedor disse ter publicado vários e novos valores. Pessoas cujos escritos se perderam nas prateleiras pelas intempéries do tempo.Hoje, Sandro sente-se realizado, pelo facto de a editora transpor Angola e ter já uma visão internacional. “Somos contactados por pessoas de diferentes pontos do país. Temos feito novas parcerias e novas contratações para melhorar a nossa prestação de serviços”, disse.

Projectos

Já no que diz respeito a projectos, o jovem referiu que a Viana Editora tem preparada para os próximos dias a publicação de mais de 1 dezena de títulos, uma vez que o seu grande objectivo é entrar no sector da educação. A Editora está neste momento a trabalhar para a construção de um Centro de Formação Profissional, para expandir e imortalizar a marca. Ainda no quadro dos seus projectos, Sandro Feijó referiu que pretende escrever livros de auto-ajuda. “Ser autor de auto-ajuda é uma maneira de ser e estar e pode-se fazer um estudo comparativo. Basta olhar para um indivíduo que leu uma história de motivação, ele é ainda mais concentrado”, admitiu Sandro Feijó, salientando que foi influenciado por David Suor, através do seu livro “A Mágica de Pensar Grande”. “Eu era um jovem que queria que o Governo fizesse tudo, mas chegou uma altura em que li este livro, compreendi e o mesmo revolucionou a história da minha vida”, reforçou.

Atrair investidores no sector gráfico

De acordo com Sandro Feijó, Angola tem um leque limitado de jovens que darão corpo à própria literatura, de modo a trazer novos textos, pensamentos e uma outra criatividade em função do contexto actual. “Penso que hoje há muito mais abertura em comparação a outros tempos. Os jovens conseguem publicar os seus escritos. Têm vontade de aprender”, disse Sandro Feijó, realçando que a sua visão relativamente à literatura angolana é positiva, pese embora haja necessidade de se fazer um pouco mais no que diz respeito à expansão da nossa literatura.