Agrikuvango inicia produção de farinha de milho

Agrikuvango inicia produção de farinha de milho

A informação foi avançada pela Angop, citando, no Lubango, o proprietário do projecto, Rui Kapose, tendo afirmado estarem a realizar as primeiras colheitas e a vender o milho em grão branco. “Começamos a comercializar há uma semana e ainda é prematuro falar de receitas”, declarou o empresário, que tem 600 hectares irrigados e uma zona industrial concluída com a capacidade de armazenamento de três mil toneladas de cereais em dois silos. Referiu ser um projecto que vai atingir a maturidade dentro de cinco anos e estão somente no segundo, e espera colher até Dezembro perto de seis mil toneladas de milho, pois já têm colhidas perto de mil e 500 toneladas do produto. Nesta primeira fase deu primazia ao milho, por ser o “foco principal” da fazenda.

“Nos próximos anos haverá rotatividade de produtos, estamos a falar que no primeiro estamos a colher o milho, na segunda e terceira colheita vamos alternar com uma leguminosa, o feijão ou a soja, ainda não está definido, só no início de Janeiro de 2020”, fez saber. Além do milho, a fazenda vai produzir soja, feijão, ginguba, trigo, numa área de mil e 500 hectares e no final da implementação do projecto vão começar a preparar o canteiro para a produção de arroz, numa área de mil hectares. Em relação às fases de colheita, destacou que tencionam fazêla todos os meses e conforme forem colhendo vão colocando novas produções. Dezenas de postos de trabalho criados.

De acordo com o gestor, o projecto criou até agora 150 postos de trabalhos directos, dos quais 20 são mulheres, que estão encarregues dos campos de produção, área industrial e equipas de preparação dos novos campos, sendo que até o final da implementação do mesmo em 2022, pretendem empregar até 450 pessoas. Segundo o empresário, nem tudo vai bem, a via de acesso à fazenda que dista a 370 quilómetros do Lubango, carece de melhorias.

Em relação à sede municipal do Cuvango está a 25 quilómetros, sendo que ele mesmo financiou obras de melhoramento de terraplanagem e vão fazendo alguma manutenção. Outra problemática, segundo o gestor é a falta de energia eléctrica, uma vez que não existem perspectivas de que o Estado forneça este bem a estrutura, o que encarece a produção e a componente industrial. “Estamos com um consumo perto de quatro mil 500 ou cinco mil de litros de gasóleo dia, que corresponde a pelo menos 607 mil e 500 ou 675 mil kwanzas e isso no final da produção encarece o produto final. O que temos lutado, com outros produtores a nível do país, é na questão da subvenção da, mas falta a materialização, estamos ansiosos para ver se conseguimos diminuir os custos de produção”, continuou. Em relação à água fornecida através do rio Cuvango que atravessa a fazenda, salientou que com o fenómeno de estiagem na província têm o líquido com alguma escassez, mas ainda é suficiente. Realçou ser um projecto que “veio para ficar”, uma vez que no final dos cinco anos possam ter uma produção de 27 mil toneladas de milho anual para vender em grão e poder transformar, tudo para o mercado interno.

Justificou a escolha do município pela disponibilidade de terra existente e água proveniente do Rio Cuvango e pela carência de alimentação que o país vive, sendo que o país carece de produção de alimentação a mais de 90 %, daí o gesto para minimizar a dificuldade. Fez saber que manifestaram ao Instituto Superior Politécnico da Huíla (ISPH), localizado na comuna da Arimba (Lubango) a disponibilidade para os quadros da instituição académica usarem o projecto para um centro de estágio, pois possuem mão-de-obra “qualificada” e campos disponíveis para tal. Conhecendo a fazenda Agrikuvango O projecto lançado na “Fazenda Agrikuvango” em Março de 2017, nas margens do Rio Cuvango, tem uma previsão de implementação de cinco anos, até 2022. Além do milho, o projecto espera produzir nove mil toneladas de trigo, seis mil de arroz, 3 mil de ginguba e tem também na forja a produção de bio-combustível resultante da queima da casca deste último produto. Instalada às margens do Rico Cuvango, um curso permanente de água na zona Leste da província da Huíla, a “Fazenda Agrikuvango” existe sob o signo: “Da semente ao Consumidor”.

O investimento, cujo valor se desconhece, quer posicionar-se na vanguarda da indústria agro-alimentar, representando a iniciativa privada em sintonia com os desígnios do Executivo. O Cuvango que já foi um dos maiores produtores de milho na Huíla, em que chegou a “sustentar” a actividade moageira nos anos de 1973 a 1981 na região, apoiado pelo Caminho-de-ferro de Moçâmedes e “olha” no Agrikuvango uma aposta para relançar a actividade produtiva de bens da cesta básica.