A exploração de madeira e recursos minerais provocou a destruição do habitat dos chimpanzés e ameaça a espécie. Em 10 anos, o continente africano viu a população reduzir de 2 milhões para 250 mil
Apenas 250.000 chimpanzés vivem actualmente no continente africano, repartidos por 21 Estados, quando há 10 anos eram cerca de dois milhões em 25 países, assegurou à agência Efe a directora adjunta do Instituto Jane Goodall, Laia Dotras. Este “muito drástico” declive populacional é provocado “sobretudo pela perda do habitat”, devido à exploração de madeira e recursos minerais”, com destino a países ocidentais, segundo Dotras.
Entre esses recursos figura um mineral usado na micro-eletrónica, telecomunicações e indústria aeroespacial, que nos últimos anos se converteu num material estratégico pela aplicação nestes fins. A estes riscos há que somar a caça furtiva, uma actividade que, de acordo com a especialista, pode considerar-se “uma das maiores crises de bio-diversidade” da era actual.
A situação, na sua opinião, é “crítica” e, se não forem tomadas medidas urgentes, estes animais “não tardarão a desaparecer”. Para evitar a extinção definitiva destes primatas em perigo é “essencial educar e fazer entender os problemas sócio-ambientais locais” e poder, assim, trabalhar eficazmente na protecção do ambiente para “assegurar a susnuiu de 110.000 em 2009 para pouco mais de 43.000 em 2014, segundo um censo de 2015, com grupos de conservação culpando a caça desenfreada. A procura por marfim de países asiáticos como a China e o Vietname, onde é transformado em jóias e ornamentos, levou a um surto de caça furtiva em toda a África.
O turismo é a principal fonte de divisas da Tanzânia, mais conhecida pelos seus safáris de vida selvagem, praias do Oceano Índico e Monte Kilimanjaro. A presidência disse que as receitas do turismo foram de USD 2,5 biliões no ano passado, acima dos USD 1,9 bilião em 2015. A entidade disse que a Tanzânia reservou 32% da sua área total para actividades de conservação e rejeitou críticas de ambientalistas sobre um projecto de uma barragem hidro-eléctrica de USD 3 biliões na Reserva de Caça Selous, Património Mundial da UNESCO. Terça-feira.
O número de rinocerontes, uma espécie em extinção, aumentou de apenas 15 para 167 nos últimos quatro anos. Embora a presidência tenha colocado a população de rinocerontes em 15 anos, há quatro anos, a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES) estimou num documento no seu site aqui que a Tanzânia tinha 133 em 2015.
Não foi imediatamente possível explicar a discrepância entre as estimativas populacionais anteriores dadas pelo Governo e pela CITES, que agrupa governos que trabalham para garantir que o comércio de animais e plantas não ameace a sua sobrevivência. A presidência não respondeu tentabilidade a longo prazo”, defendeu.
O trabalho passa por incentivar o desenvolvimento sustentável em diferentes regiões africanas, por forma a garantir o bemestar da população local, gerindo ao mesmo tempo de forma correcta os recursos naturais para melhorar o estado de conservação, tanto dos chimpanzés como do seu habitat. “A pobreza e o desconhecimento induzem muitos africanos a usar os recursos do seu meio ambiente de forma insustentável”, asseverou Dotras.
Assim acontece com o corte e queima de bosques, pelo que “muitas zonas ficam quase desertas e a terra já não se pode aproveitar para cultivar”. Daí a importância da formação e educação ambiental das populações africanas para a conservação do ambiente e, portanto, dos chimpanzés, sustentou.