ACTUAL Domingo, 14 de Julho de 2019 dr Há 10 anos eram 10 milhões. Hoje, já só há 250 mil chimpanzés em África

ACTUAL Domingo, 14 de Julho de 2019 dr Há 10 anos eram 10 milhões. Hoje, já só há 250 mil chimpanzés em África

A exploração de madeira e recursos minerais provocou a destruição do habitat dos chimpanzés e ameaça a espécie. Em 10 anos, o continente africano viu a população reduzir de 2 milhões para 250 mil

Apenas 250.000 chimpanzés vivem actualmente no continente africano, repartidos por 21 Estados, quando há 10 anos eram cerca de dois milhões em 25 países, assegurou à agência Efe a directora adjunta do Instituto Jane Goodall, Laia Dotras. Este “muito drástico” declive populacional é provocado “sobretudo pela perda do habitat”, devido à exploração de madeira e recursos minerais”, com destino a países ocidentais, segundo Dotras.

Entre esses recursos figura um mineral usado na micro-eletrónica, telecomunicações e indústria aeroespacial, que nos últimos anos se converteu num material estratégico pela aplicação nestes fins. A estes riscos há que somar a caça furtiva, uma actividade que, de acordo com a especialista, pode considerar-se “uma das maiores crises de bio-diversidade” da era actual.

A situação, na sua opinião, é “crítica” e, se não forem tomadas medidas urgentes, estes animais “não tardarão a desaparecer”. Para evitar a extinção definitiva destes primatas em perigo é “essencial educar e fazer entender os problemas sócio-ambientais locais” e poder, assim, trabalhar eficazmente na protecção do ambiente para “assegurar a susnuiu de 110.000 em 2009 para pouco mais de 43.000 em 2014, segundo um censo de 2015, com grupos de conservação culpando a caça desenfreada. A procura por marfim de países asiáticos como a China e o Vietname, onde é transformado em jóias e ornamentos, levou a um surto de caça furtiva em toda a África.

O turismo é a principal fonte de divisas da Tanzânia, mais conhecida pelos seus safáris de vida selvagem, praias do Oceano Índico e Monte Kilimanjaro. A presidência disse que as receitas do turismo foram de USD 2,5 biliões no ano passado, acima dos USD 1,9 bilião em 2015. A entidade disse que a Tanzânia reservou 32% da sua área total para actividades de conservação e rejeitou críticas de ambientalistas sobre um projecto de uma barragem hidro-eléctrica de USD 3 biliões na Reserva de Caça Selous, Património Mundial da UNESCO. Terça-feira.

O número de rinocerontes, uma espécie em extinção, aumentou de apenas 15 para 167 nos últimos quatro anos. Embora a presidência tenha colocado a população de rinocerontes em 15 anos, há quatro anos, a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES) estimou num documento no seu site aqui que a Tanzânia tinha 133 em 2015.

Não foi imediatamente possível explicar a discrepância entre as estimativas populacionais anteriores dadas pelo Governo e pela CITES, que agrupa governos que trabalham para garantir que o comércio de animais e plantas não ameace a sua sobrevivência. A presidência não respondeu tentabilidade a longo prazo”, defendeu.

O trabalho passa por incentivar o desenvolvimento sustentável em diferentes regiões africanas, por forma a garantir o bemestar da população local, gerindo ao mesmo tempo de forma correcta os recursos naturais para melhorar o estado de conservação, tanto dos chimpanzés como do seu habitat. “A pobreza e o desconhecimento induzem muitos africanos a usar os recursos do seu meio ambiente de forma insustentável”, asseverou Dotras.

Assim acontece com o corte e queima de bosques, pelo que “muitas zonas ficam quase desertas e a terra já não se pode aproveitar para cultivar”. Daí a importância da formação e educação ambiental das populações africanas para a conservação do ambiente e, portanto, dos chimpanzés, sustentou.