Enfermeiros podem entrar em greve Segunda-feira

Enfermeiros podem entrar em greve Segunda-feira

Essa decisão saiu de um encontro, presidido pelo secretário- geral do Sindicato Nacional dos Enfermeiros de Angola (SINDEA) e coordenador do Fórum Nacional de Concertação dos Sindicatos do Sector da Saúde, Cruz Vieira Matete, que contou com a participação de representantes de todas as organizações que congregam profissionais deste sector.

O prazo para que Elisa Gaspar, a bastonária, se retrate publicamente começou a contar às 12h:00 de ontem. De acordo com o comunicado final desse encontro, o outro factor impulsionador para a greve está relacionado com a peça sobre a “enfermeira corrupta” que está a ser exibida pela Televisão Pública de Angola, promovida pela Direcção Nacional de Proteção e Combate à Corrupção, órgão da Procuradoria Geral da República. Exigem que a mesma seja, nesse espaço de tempo, corrigida, incluindo outros profissionais do sector da saúde, porque do jeito que passa está a manchar a imagem da classe dos enfermeiros. “É notória a intenção de denegrir, vexar e manchar o bom nome, bem como passar uma imagem desvirtuada em relação à integridade moral e cívica dos profissionais de enfermagem, como os únicos corruptos no sector da saúde”, lê-se no documento enviado a OPAÍS. Se essas duas exigências não forem atendidas, os filiados da Associação Nacional dos Enfermeiros de Angola, do Sindicato Nacional dos Enfermeiros de Angola, da Ordem dos Enfermeiros de Angola, do Sindicato Nacional Independente Dos Trabalhadores da Saúde e Função e do Sindicato dos Técnicos de Enfermagem de Luanda vão suspender e paralisar todas as actividades de fórum médico. Neste contexto, não farão prescrição de medicamentos em todos os serviços, incluindo o banco de urgência, assinatura de boletins de óbito, pedidos de exames clínicos, concessão de altas às puérperas, consultas pré-natais, consultas externas, planeamento familiar, entre outros.

Actividades essas que têm sido realizadas por profissionais de enfermagem em todas as unidades sanitárias do país. Apesar disso, vão manter-se nos seus postos de trabalho, realizando apenas actividades de enfermagem, como sistematização da assistência de enfermagem, prescrição de cuidados, avaliação de sinais vitais, administração de medicamentos, educação para a saúde, entre outros. Por outro lado, vão encaminhar à consulta médica todos os utentes que acorrerem às unidades sanitárias, depois da triagem.

E ainda, consideraram que o comunicado de imprensa do Ministério da Saúde não convenceu os profissionais de enfermagem porque, em seu entender, aquele departamento ministerial devia chamar à mesma mesa a bastonária da Ordem dos Médicos e as organizações socioprofissionais da classe de enfermagem.