Carta do leitor: Paz à alma do menino de Benguela

Carta do leitor: Paz à alma do menino de Benguela

POR: Denise Mangongo
Ondjiva

Director de OPAIS, bom dia e obrigado pela oportunidade que me dá. Angola é um Estado de direito e democrático, por isso o respeito pela vida humana deve ser sempre observado por todos, independentemente da cor, raça ou etnia. Tristeza e dor levaram-me a escrever para o vosso espaço hoje. Por favor, mais respeito pela vida. A partir da minha cidade, em Ondjiva, província do Cunene, ouvia o noticiário das 13:00 na Rádio Nacional de Angola (RNA), onde também se fala que os trabalhadores vão entrar em greve na próxima semana, mas pronto, e que um menor morreu em Benguela de forma estranha num hospital público. Fala-se que o menino, ainda com vida, foi levado para a morgue, não se sabe por que razão. Que médicos são esses? Meu Deus! Segundo relato de familiares e de alguns lá no hospital, o menino acabou por morrer já na gaveta. Sem mais delongas, é motivo para a Procuradoria local apurar os factos e responsabilizar civil e criminalmente os culpados. Não se deve brincar assim com a vida, por mais que não se queira trabalhar, ela tem um valor acima do normal. Espero que a Procuradoria, na cidade dos flamingos, não fique como avestruz, ou seja, a enterrar a cabeça na areia. A mudança faz-se com acções e todas com respaldo negativo devem ser competentemente repudiadas. Aos familiares deixo os meus sentimentos de pesar e paz à alma do menino inocente, que e só o levaram ao hospital para continuar a viver, mas não foi possível por causa de um erro que se presume evitável. Deus, Pai, tenha compaixão de nós!