UNITA impedida de visitar instituições públicas no Huambo

UNITA impedida de visitar instituições públicas no Huambo

O administrador municipal, João Figueiredo, desclassifica as alegações e exige daquele partido mais respeito pela instituições do Estado.

Norberto Sateco

Uma delegação afecta ao secretariado da UNITA na província Huambo diz ter sido impedida de visitar algumas instituições públicas, no âmbito do exercício de fiscalização da actividade governativa. A comitiva chefiada pelo vice-secretário provincial, Eduardo Dumba, revelou não terem sido recebidos pelo administrador, por este se ter ausentado, mesmo tendo sido informado”.

O político considerou a “arrogância” dos governantes do MPLA como um dos principais obstáculos aos partidos políticos na região. “Tal como nós fizemos questão de avisar antes de cá vir, o senhor administrador também deveria nos avisar, para que tomássemos alternativas”, referiu Dumba, que esperava outra postura dos dirigentes. “No mínimo, devia delegar outro responsável, por uma questão de respeito”, disse.

Entretanto, este mesmo cenário, acrescentou, voltou a registar- se igualmente na repartição provincial da Saúde, onde não havia qualquer orientação e informação à volta da visita de constatação. O também deputado do “Galo Negro” pelo círculo provincial diz não compreender a postura das autoridades da província, numa altura em que o novo paradigma aponta para uma maior abertura das instituições do Estado, “na perspectiva de uma governação mais participativa e inclusiva”.

“A acção destes dirigentes foi combinada no sentido de sermos ignorados”, disse Dumba, depois de lhes ter sido “negadas” audiências com responsáveis da Administração Municipal e da repartição da Saúde. O facto ocorreu na manhã de- Quinta-feira, 25, quando efectuaram uma visita de constatação cuja finalidade era inteirar-se sobre o Programa Integrado de Intervenção nos Municípios e a situação sanitária na província. “Não fomos muito bem sucedidos porque o administrador saiu e não delegou ninguém para nos receber”. O deputado do “Galo Negro” entende que “isto indica uma acção combinada contra nós, para que impedissem a nossa iniciativa”.

Por seu turno, o administrador municipal, João Figueiredo, começou por exigir mais respeito da parte do partido UNITA e apela à observância de procedimentos administrativos básicos quando se pretender levar a cabo actividades desta natureza. “O partido UNITA deve respeitar mais as instituições do Estado. Enviaram o documento ao meio da semana em que eu tinha de estar na reunião dos membros da província”, disse Figueiredo, para quem o documento pecou pelo atraso na sua entrega. A agenda da visita do dirigente da UNITA contemplou igualmente uma passagem pelo Comando Provincial da Polícia, onde foram informados sobre o quadro do combate à criminalidade na província.