Sanguessugas cibernéticas

Sanguessugas cibernéticas

Talvez as empresas e bancos angolanos não se tenham apercebido ainda, mas andam, alguns, a financiar uma grande roubalheira. Ora vejamos, um jornal, para produzir, tem de pagar salários, os custos com as instalações, transporte, equipamento, estacionário, electricidade, etc.. As televisões e rádios também têm custos enormes de produção. Por isso precisam de ter espaços de publicidade para se financiarem. Em Angola, a angariação de publicidade não é fácil, boa parte das empresas tem a decidir sobre o seu marketing consultores estrangeiros que, por sua vez, lidam com agências de comunicação quase todas também dominadas por consultores estrangeiros. É fácil adivinhar que o dinheiro das empresas e dos bancos para a publicidade cai num certo circuito e daí sai apenas para o estrangeiro. Somado, há a proliferação de sites e portais ditos de notícias, mas que não gastam um centavo para produzir uma linha de texto, limitam- se a copiar e a colar textos de quem trabalha e ainda contratam publicidade, sem partilhar lucros, sem partilhar leitores, porque nem colocam um link na notícia para o seu verdadeiro autor. São cibersanguessugas a viver à custa do trabalho alheio. As agências de comunicação, as empresas e os bancos colocam lá publicidade, fingindo não saber que estão a financiar o roubo, ou, se calhar, fazem todos parte do tal circuito. É hora de apelar ao respeito por quem trabalha, é hora de o Ministério da Comunicação Social e da ERCA se pronunciarem para agir.