Acesso às 300 vagas para as melhores universidades do mundo começa em Agosto

Acesso às 300 vagas para as melhores universidades do mundo começa em Agosto

Aprovado em Decreto Presidencial (nº 67/19, de 22 de Fevereiro) o programa abre a 1 e encerra a 15 de Agosto do ano corrente, e todo o processo de submissão de candidaturas deverá ser feito exclusivamente via online. Segundo a ministra do Ensino Superior Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Sambo, a candidatura online é uma das maneiras de evitar “a cunha e pedidos” que já começaram a ser feitos via verbal ou por cartas. O ciclo inaugura uma nova etapa de acesso a este privilégio pela via do mérito e não com “esquemas” como foi no passado.

No ano inaugural estão disponíveis 60 vagas para especialidades médicas, 150 para mestrados e 90 para doutoramentos. Só terão acesso às bolsas cidadãos nacionais de até 30 anos (para mestrado) e 35 anos para doutoramento e deverão ter tido no nível precedente média igual ou superior a 16 valores. Para os cidadãos de sexo masculino a situação militar regularizada é outra exigência. Entretanto, estudantes angolanos já a estudar no exterior com visto de estudante e até 2 anos de permanência no país de formação, serão aceites ou a frequentar um curso de pós-graduação, ou doutoramento numa universidade colocada no ranking das 600 melhores instituições universitárias do mundo em 2018.

Os 300 bolseiros de mérito angolanos seguirão para universidades seleccionadas de 3 rankings, nomeadamente a Times Higher Education Ranking, QS World University Ranking e ARWU – Shangai Ranking. O processo de selecção decorre em Angola e será assegurado por um júri nacional, sendo constituído por sete fases consecutivas e eliminatórias, nomeadamente: candidatura, análise documental, testes de conhecimentos, entrevista centrada nas competências, entrevista final, exames médicos e selecção pela instituição de ensino superior estrangeira. De algumas fases estarão isentos os candidatos já aceites ou a frequentar cursos de pós-graduação em instituições no estrangeiro.

As instituições escolhidas estão situadas na África do Sul, Argentina, Austrália, Alemanha, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, China, Coreia do Sul, Dinamarca, Espanha, EUA, França, Holanda, Itália, Japão, Noruega, Polónia, Portugal, Reino Unido, Roménia, Rússia, Singapura, Suíça e Ucrânia. Nesta primeira vaga os grandes domínios de conhecimento em que serão direccionados os formandos angolanos são os de Engenharias e Tecnologias, Ciências Agrárias, Ciências Médicas e Ciências Sociais e Humanidades. Petróleo e gás, transporte e logística, telecomunicações e tecnologias de informação, geologia e minas e indústria, energia e águas, florestas, alimentação e agro-indústria, saúde e bem-estar social, educação, artes e cultura e turismo e lazer são os mega clusters seleccionados.

Plano anti-fuga de cérebros

Um fenómeno de que Angola não estará livre é “ a fuga de cérebros” que ocorre a nível planetário. Para mitigar tal risco, o Executivo angolano vai “obrigar” os candidatos a subescreverem uma declaração de compromisso em que garantem que depois das suas graduações regressam ao país para trabalhar no sector público ou privado e em qualquer parte do território nacional em que seus préstimos forem requeridos. A ministra Sambo explicou que não é garantido o regresso dos 300 candidatos, mas, “pelo patriotismo e espírito de compromisso”, tem a expectativa de convencer a maioria a vir dar os seus préstimos à pátria.

A governante garantiu que para o acesso a empregos os procedimentos deverão ser os mesmos ditados pela lei e não haverá distinção entre os formados no país e os que regressarem do estrangeiro. Assim, espera-se que, aos poucos, Angola comece a diminuir as suas carências na área da investigação e inovação. A par deste programa, decorrem outros que concorrem para o mesmo fim, sendo alguns deles suportados com financiamento externo. No total, em 4 anos de formação, o Executivo prevê gastar cerca de USD 200 milhões, garantindo desde logo propinas, subsídios diversos, incluindo 1000 USD para estudantes de doutoramento e 700 para os de mestrado, destinados à investigação científica.