Polícia detém suspeitos de apoiar fuga de reclusos

Polícia detém suspeitos de apoiar fuga de reclusos

A Polícia Nacional deteve, nesta sexta-feira, um agente dos Serviços de Investigação Criminal (SIC) e um motorista não identificado, acusados de facilitar a fuga dos dois reclusos evadidos do Estabelecimento Prisional (Comarca) de Viana.

Por:Romão Brandão (com Angop)

Citado pela Rádio Nacional de Angola, Menezes Cassoma, porta-voz dos Serviços Prisionais, explicou que o agente foi detido por ter requisitado os dois reclusos para trabalho operativo, antes da fuga.

Por sua vez, referiu, o motorista responde interrogatório por ter sido visto por testemunhas, desde as primeiras horas do dia, na porta da Cadeia de Viana.

A fuga dos reclusos ocorreu na manhã da última quinta-feira, durante o período de visitas, em circunstâncias ainda não esclarecidas pelos Serviços Prisionais.

Os Serviços Penitenciários confirmaram a fuga de dois reclusos, Nicolau Catxama e Jonas makengo, na manhã da ontem, 1 de Setembro, no estabelecimento Prisional de viana. Com estes dois, perfazem um total de seis reclusos prófugos da Comarca de viana em um ano e três meses

 Nicolau Catxama, mais conhecido por Nico, de 30 anos de idade, condenado a 14 anos e sete meses de prisão, pelo crime de roubo qualificado, bem como Jonas Makengo, mais conhecido por “Pê Jota”, de 22 anos, condenado a 14 anos e 6 meses de prisão por homicídio voluntário, estão a ser procurados por terem fugido, ontem, da comarca de Viana. A Polícia emitiu uma nota de procura, com as letras garrafais “Altamente perigoso” e pede a colaboração de todos os cidadãos no sentido de os denunciar caso os virem.

Neste momento, segundo Menezes Cassoma, porta-voz dos Serviços Penitenciários, para além de se envidarem esforços no sentido de os localizar, estão a desenvolver mecanismos no sentido de averiguar o modus operandi da fuga. Em entrevista a OPAÍS, o responsável disse que a única informação adicional que têm é que os dois prófugos já estão fora de Luanda.

Questionado sobre como os reclusos fugiram da cadeia de Viana, tendo em conta o forte aparato de segurança da prisão, o director para a Comunicação do Serviço Prisionais respondeu que “é prematuro informar como os reclusos conseguiram fugir, mas estão a averiguar para nos próximos momentos informarem”.

Os dois reclusos apenas tinham cumprido dois dos 14 anos a que foram condenados. Importa frisar que no ano passado fugiram da Comarca de Viana um total de quatro reclusos. A primeira fuga foi em Fevereiro, na madrugada do dia 9, perpetrada pelos reclusos Bruno Bernardo Neto, de 18 anos, e o comparsa Alberto Mário Nádio, de 30 anos, que estavam internados, doentes, acometidos por tuberculose.

Os mesmos aproveitaram-se da situação e conseguiram sair do Bloco E, nave 4, e chegaram ao exterior do estabelecimento sem que fossem vistos pelos guardas.Bruno Bernardo Neto, coincidentemente, foi condenado também a 14 anos pelo crime de roubo, enquanto o comparasa, Alberto Mário Nádio, estava detido preventivamente sob acusação de crime de abuso de confiança concorrido com ofensas corporais.

Os dois estavam na cadeia de Viana há um ano. No mês de Maio, em 2018, mais dois reclusos no Estabelecimento Penintenciário de Viana foram dados como prófugos, tendo um dos quais sido capturado. Eram 7 horas quando se encontravam a trabalhar no campo agrícola, sob a vigilância dos efectivos dos Serviços Penintenciários, que os reclusos engendraram a fuga. Muzango Bunga, de 39 anos, Ricardo Mulunda, de 28 (que foi capturado momento depois), terão escapado pelo muro de vedação da cadeia quando trabalhavam na horta do estabelecimento, segundo o porta-voz dos Serviços Penintenciários, Meneses Cassoma, que falou, naa ltura, para este jornal.

Tanto Muzango Bunga quanto o Ricardo foram setenciados a dois anos de prisão efectiva por posse illegal de arma de fogo e os dois já tinham cumprido metade da pena. Meneses Cassoma disse ainda a OPAÍS, ontem, que dos quatro que fugiram no ano passado apenas dois continuam prófugos, pelo que conseguiram recuperar dois.